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Máscaras não reduzem taxa de infecção por Covid, conclui estudo científico

24/11/2020 - 10h32min

Pesquisa realizada na Dinamarca, com mais de 6 mil pessoas, identificou diferença insignificante de infeção entre quem usou e quem não usou máscara (Crédito - Agência Brasil)

Mundo – Um estudo divulgado na primeira quinzena de novembro concluiu que as máscaras cirúrgicas não reduzem a taxa de infecção do Covid-19. A pesquisa, realizada com mais de 6 mil pessoas na Dinamarca, foi publicada pela revista cientifica Annals of Internal Medicine, que tem mais de 90 anos de história.

O projeto dividiu os voluntários em dois grupos, um com 3.030 pessoas designadas aleatoriamente para a recomendação de usar máscaras, e outro com 2.994 participantes como controle (sem máscaras). A infecção com SARS-CoV-2 ocorreu em 42 participantes com máscaras recomendadas (1,8%) e 53 entre os participantes do grupo sem máscaras (2,1%). A diferença entre os grupos foi de 0,33%, ficando dentro da margem de erro da pesquisa.

“Nossos resultados sugerem que a recomendação de usar máscara cirúrgica fora de casa entre as outras pessoas não reduziu, em níveis convencionais de significância estatística, a incidência de infecção por SARS-CoV-2 dentro de um contexto em que o distanciamento social e outras medidas de saúde pública estavam em vigor, com exceção do uso de máscaras, que era algo incomum entre a sociedade”, aponta a conclusão do relatório.

Contudo, os próprios pesquisadores ressaltam a necessidade de mais pesquisas sobre o tema. “Embora não tenhamos visto nenhuma diferença estatisticamente significativa na presença de outros vírus respiratórios, o estudo não foi suficiente para tirar conclusões definitivas sobre o efeito protetor das máscaras para outras infecções virais (…) Enquanto aguardamos mais dados para fazer a recomendação das máscaras, as sociedades devem colocar na balança a gravidade do COVID-19, a incerteza sobre o grau de controle da fonte e efeito protetor, e a ausência de dados que sugiram efeitos adversos graves das máscaras”, escreveram.

O trabalho era aguardado entre a comunidade devido à sua abrangência. Apesar de ter sido divulgado apenas nesta quarta, os dados da pesquisa foram coletados entre os meses de abril e junho deste ano. O grupo Médicos pela Liberdade, por exemplo, fez as seguintes ponderações sobre a pesquisa:

“O estudo realmente tem severas limitações (como qualquer estudo, mas em especial como em estudo em que se usa máscara ou não máscara). Ainda assim, esse estudo é uma evidência brilhante e de forte expressão para colocar um basta na falácia de que as máscaras são úteis (hipótese defendida sem qualquer estudo, nem mal desenhados). Esse estudo não conclui a discussão científica sobre o valor da máscara em todas as situações e mesmo a continuidade da investigação sobre eventual benefício para o próprio coronga, ainda que, cremos que se houvesse benefício claro e de grande vulto, ele já estaria evidente.”

Mais questionamentos

O principal epidemiologista da Suécia, Anders Tegnell, afirmou em julho deste ano à revista Fortune que acreditar apenas no uso de máscaras para conter o coronavírus pode ser “muito perigoso”.

Anders, que é epidemiologista chefe da Agência de Saúde Pública da Suécia, disse que: “É muito perigoso acreditar que as máscaras mudariam o jogo quando se trata do COVID-19. As máscaras podem ser um complemento para outras coisas quando outras coisas estão seguras no lugar. Mas começar com máscaras e depois pensar que pode lotar ônibus ou shoppings – isso é definitivamente um erro.”

Fonte – estudosnacionais.com

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