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Lava Jato mira fraudes que superam R$ 5 bilhões em contratos da Petrobras
Curitiba – O Ministério Público Federal (MPF) realizou, nesta quarta-feira, 18, a 70ª fase da Operação Lava Jato, chamada de Óbolo. Foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Vara Federal de Curitiba. Segundo o MPF, esta fase apura a suspeita de que empresas teriam sido beneficiadas com informações privilegiadas em contratos de afretamento de navios com a Petrobras.
Os indícios de corrupção seriam desde o afretamento dos navios até a carga que era transportada. As empresas beneficiadas seriam a Maersk, a Tide Maritime, a Ferchem e a Gandra Brokerage. Em troca, elas deveriam pagar propina à Petrobras. Os crimes relacionados aos contratos superariam R$ 5 bilhões.
Estas investigações remetem ao início da Lava Jato, e fazem parte da delação premiada de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras. Legalmente, a Gandra Brokerage, empresa de Wanderley Gandra, foi criada com o objetivo de ser shipbroker, ou seja, intermediária de negócios com a Petrobras.
Mas, segundo Costa, seu objetivo era repassar propina à estatal. A Gandra Brokerage era contratada pela Maersk e recebia os valores destinados a Costa. Estima-se o pagamento de subornos na ordem de US$ 3,4 milhões, em razão de 11 contratos da Maersk, com valores totais de R$ 592 milhões. Há contratos de afretamentos ainda em vigor que estariam cobertos pelo esquema.
Outra evidência foi a apreensão do celular de João Cláudio Genu, durante outra fase da Lava Jato. Genu é ex-tesoureiro do Partido Progressista (PP) e já havia sido condenado no mensalão e na própria Lava Jato. No aparelho, foram encontrados diálogos sugerindo que ele atuava na estatal direcionando contratos de afretamentos para os armadores representados pela Tide Maritime e pela Ferchem.