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Com disposição de sobra, Albano renova habilitação aos 95 anos em Morro Reuter

23/03/2020 - 11h00min

Sentado em seu carro, Albano mostra com orgulho a sua carteira de habilitação renovada por mais três anos (FOTO: Cleiton Zimer)

Morro Reuter – Esbanjando saúde, alegria e sabedoria, aos 95 anos seu Albano Nelson Scheffel renovou, mais uma vez, a sua carteira de motorista. Enquanto alguns pensam que o fato de ele ter 95 anos pode ser um empecilho para dirigir, seu Albano comprova que na verdade, não é bem assim. “Eu até não queria mais renovar a carteira, mas em conversa com meu filho me convenci de que seria bom para mim, para poder sair e, de certa forma, ser independente e até mesmo ajudar a família em algumas situações. Assim fui atrás e consegui: renovei e ganhei mais três anos de habilitação”, disse, recordando com alegria do dia em que foi retirar o documento. “Todos me elogiaram, até tiraram foto comigo, pois acharam interessante o fato de ter renovado a carteira de motorista aos 95 anos”, contou.

Hoje seu Albano mora na localidade de Walachai, no interior de Morro Reuter, onde está com seu filho e, também, sua nora. Ele usa o carro para diferentes compromissos, como ir ao Centro de Morro Reuter, Dois Irmãos ou até mesmo Novo Hamburgo. “Vou para vários lugares”, contou.

Aos 95 anos, ele pega o carro e vai para qualquer lugar na região (FOTO: Cleiton Zimer)

Irmão do artista plástico Ernesto Frederico Scheffel, seu Albano é o mais velho dos filhos. Quando ainda criança mudou-se com a família para Hamburgo Velho, em Novo Hamburgo, onde começou a trabalhar com 12 anos de idade e uma gráfica, empresa na qual aprendeu, se destacou e cresceu.

Os 95 anos podem ser considerados uma gentileza da vida com alguém que, de uma forma ou de outra, sempre buscou ser gentil com seu próximo, seja ele quem quer que fosse. “Trabalhei, administrei e fui sócio de diferentes empresas. Em todas elas sempre tive experiências diferentes, que contribuíram muito para minha vida, mas o principal é que sempre busquei valorizar cada pessoa, considerando ela como se fosse alguém da família, como irmão e, assim, respeitando-as acima de tudo. Eram atitudes simples e que, no final das contas, faziam toda a diferença na vida das pessoas e, consequentemente na eficiência delas dentro da empresa”, destacou.

Quase um século de muitas histórias de vida para contar

Na parede do seu escritório, Albano mantém guardados (a vista de todos) seus prêmios das competições de tiro ao alvo, junto com fotos dos seus amigos (FOTO: Cleiton Zimer)

Albano conta que escolheu Morro Reuter como sua casa para estar mais perto da família e, também, por ser um lugar bom de morar. “Aqui, em meio a natureza e a tranquilidade, me sinto bem e disposto”.

Questionado se existe algum segredo para chegar nessa idade com tanta disposição, seu Albano destaque que, na verdade, é muito simples. “É importante ter uma alimentação saudável, equilibrada e, claro, ter atividades físicas regularmente”, explica, contando que possui o hábito de fazer caminhadas regulares pelo interior de Walachai.

Além disso, ele ajuda nas tarefas de casa. Claro, nada que possa oferecer qualquer tipo de risco, mas, sim, coisas que o mantenham sempre ativo, como por exemplo fazer a contabilidade da família. “Todo mês calculo exatamente quais os gastos que cada um teve, disse, mostrando sua planilha de anotações onde tem tudo devidamente registrado.

A antiga máquina da datilografia já tem mais de 40 anos, e ainda é usada por seu Albano (FOTO: Cleiton Zimer)

Albano também gosta de contar histórias de quando era mais novo, recordando de quando participava de atividades esportivas como tiro ao alvo, na qual já ganhou diversas premiações. “Ainda hoje guardo as lembranças daquela época, principalmente as fotos e medalhas”, conta ele, nos conduzindo ao seu escritório particular, onde guarda suas medalhas, troféus e fotos, que eternizam momentos importantes.

Nesse mesmo escritório, ele mantém guardada uma verdadeira relíquia da família. Uma velha, mas inteira e muito bem cuidada máquina de datilografia. Sobre a caixa que a protege, escreveu o seguinte recado “Esta relíquia tem a idade de 42 anos + ou -, dei ao meu filho Leandro quando ele tinha 10 anos de idade”. Essa mesma máquina ele usa para escrever, registrar momentos e fazer a sua contabilidade, que é seguida à risca dentro de casa.

Apesar de não ser natural do município, se Albano é muito bem quisto por todos no Walachai, pois aos 95 anos, ele tem várias histórias para contar, sabedoria e ensinamentos para transmitir. Coisas essas muito valorizadas nas rodas de conversas com os amigos.

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