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Aí aconteceu a maior omissão da história de Ivoti

11/04/2018 - 11h00min

Leio agora a notícia de que a Prefeitura de Ivoti absorverá a tradicional Sociedade Concórdia. A única coisa que ainda a mantém de pé são os grupos de bolão. A Sociedade Concórdia sofre do mesmo processo da maioria das sociedades pelo país afora. Elas morrem de inanição, por falta de quem se interesse por elas. Os velhos, que se criaram e viveram o auge das Sociedades, estão morrendo. Os filhos, por sua vez, não se interessam mais. Este processo está acontecendo e algumas se mantém de pé enquanto outras morrem mesmo. A saída para a Sociedade Concórdia manter-se de pé arquitetonicamente é a Prefeitura absorvê-la. Desta maneira o patrimônio arquitetônico está preservado e o prédio tem suas utilidades para o município. É o típico do negócio ganha-ganha. Todo mundo sai ganhando: o município, o povo de Ivoti e a Sociedade também.

PERFEITO

Se desta vez o município resolveu assumir um patrimônio encravado no centro de Ivoti, no passado não foi isto que aconteceu. Só de lembrar dá vontade de chorar. Na década de 90 tínhamos o ginásio municipal tal qual ele é hoje. Só que no seu entorno havia vários terrenos baldios. Na frente, atrás e num dos lados. Aquelas áreas no entorno do ginásio pediam que o município as assumisse para Ivoti ter ali um ginásio, com o galpão crioulo do lado, os prédios nos fundos. Já havia ali uma estrutura digna de um baita patrimônio para o município. Naquela época o ginásio sediava domingueiras, todo tipo de eventos e a Festa do Colono tinha seu epílogo também no ginásio. O desfile da Kolonistenfest domingos de manhã começava no centro e se estendia até o ginásio municipal. Era um festão todos os anos. Os proprietários do antigo campo do Gaúcho estavam dispostos a vender a área para o município. Os donos da quadra inteira nos fundos eram o Instituto de Educação, que ofereceram a área para a Prefeitura. Na frente, no outro lado da Rua Régis Bittencourt, tinha dois terrenos à venda para a Prefeitura também adquirir e ter um espaço ali para as mais diversas utilidades. Era o cenário perfeito para o município ter uma área nobre que complementasse o que já tinha ali.

MAIOR DA HISTÓRIA

Aí aconteceu a maior omissão da história de Ivoti. O prefeito era Arnaldo Kney e a sua vice era Maria de Lourdes. O prefeito não se interessou pelas áreas. Ele foi alertado. Lembro-me que o então secretário de Obras era o irmão de Arnaldo e alegou que o problema ali era o estacionamento. Não era esta a questão, o negócio era comprar aquelas áreas todas. Ninguém falou em estacionamento. Os vereadores foram alertados que uma providência tinha que ser tomada, mas também ninguém se interessou. Moral da história: todas as áreas foram vendidas e hoje o ginásio e a antiga estrutura estão lá cercados de todos os lados. Dá vontade de chorar. Toda a história de Ivoti foi escrita por omissões e a total falta de visão de futuro por nossos homens públicos. E olha que aquelas legislaturas do Legislativo do final dos anos 90 e início deste século eram compostas por vereadores cujo nível médio era alto. Fosse hoje talvez esta tragédia não aconteceria. Alegar que não tinha dinheiro para comprar o entorno do ginásio era desculpa furada. Agora tinha dinheiro para comprar por quase 4 milhões o distrito industrial da Colônia Japonesa. O que houve mesmo foi a maior omissão da história de Ivoti. Alguns dos responsáveis tinham que pagar por isso.

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