Colunistas
Já vão tarde
As eleições municipais estão naquela fase do jogo de xadrez. A cada dia, a cada semana, a cada mês, se move uma peça no tabuleiro das eleições municipais. E tem ainda a imprevisibilidade da política nacional. Até outubro ainda podem mudar algumas regras para as eleições municipais. Isto é permitido até um ano antes, mesmo que esta hipótese seja remota. Os parlamentares estão por demais ocupados com a reforma da previdência e nem tem clima para mudar regras do jogo agora. Mas, de qualquer maneira, é bom ficar atento. Andam falando que querem aprovar um fundo eleitoral especificamente para as eleições municipais de mais de 1 bi. Cá para nós, virou chinelagem este negócio de destinar dinheiro público para as eleições. Já foram alguns Bis nas eleições do ano passado, agora querem o mesmo para as eleições municipais. A desculpa é a proibição das empresas em contribuir para as campanhas, o que aconteceu depois da Operação Lava Jato. Usar dinheiro público para campanhas eleitorais é um tapa na cara de cada contribuinte. Você acha que está pagando impostos para a saúde, segurança, educação, infraestrutura e descobre, de repente, que uma boa parte deste dinheiro foi usado para os políticos fazer a campanha. Está aí uma das explicações do crescimento do Partido Novo. O deputado federal mais votado no ano passado foi Marcel Van Hattem. Ele fez 350 mil votos sem dinheiro algum do fundo eleitoral.
DIFERENÇA
Enquanto isto, por aqui acontece um verdadeiro jogo de xadrez, com várias peças se mexendo. Há troca de partido, há cassa a novos filiados, embora eu ache que mais pessoas deixem a vida partidária do que novas filiações. É que a política foi se prostituindo ao longo do tempo e este jogo de descrédito da política tem que mudar. Já começou a mudar com as eleições do ano passado, quando o eleitor mandou para casa caudilhos da política e elegeu novos parlamentares. O Rio Grande do Sul tem o governador mais jovem da história e, convenhamos, Eduardo Leite está dando um verdadeiro banho em Sartori, que o antecedeu. Tudo que Sartori quis fazer e não conseguiu no último ano de seu governo, Eduardo Leite está fazendo no primeiro. É uma tremenda diferença. Sartori era sério, mas se movia como uma tartaruga. Quando viu, tinham se passado os quatro anos. Eduardo Leite está sendo uma grata surpresa. Ele tem jogo de cintura, sabe o que quer e, pelo jeito, está indo pelo mesmo caminho de quando foi prefeito de Pelotas, cidade onde elegeu sua sucessora com cerca de 80% dos votos e não concorreu a reeleição. Uma diferença dele para o presidente da República. Eduardo Leite prometeu e continua dizendo que seu mandato é um só e não concorrerá a reeleição. O presidente da República prometeu que também não concorreria. Três meses depois mudou de ideia.
LUZ
O novo governador vai vender três estatais, duas que dão prejuízo e uma dá lucro. A CEEE custa para o nosso bolso a cada ano mais de 300 milhões que o governo tira do caixa para cobrir o seu rombo. Tem cabimento isso? E a única que dá lucro é a Sulgas, que distribui gás. O problema é que ela não tem dinheiro para investir na distribuição do gas em todo o Estado. Só tem um ramal para a grande Porto Alegre e Caxias do Sul. Já vão tarde.