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Mulheres marcadas pela dor: a história da jovem que enfrentou a violência doméstica
Região – Hoje, dia 7 de agosto, a Lei Maria da Penha completa 13 anos de existência. De 2006 para cá, ela sofreu alterações para garantir o máximo de direitos para as vítimas de violência doméstica e familiar. São cinco tipos de violência previstos na lei: psicológica, sexual, moral, patrimonial e física.
Por conta desta data, o Diário apresenta duas histórias marcantes de mulheres que superaram a dor para sair do ciclo de humilhações e agressões. Confira a segunda história:
ROSA, uma jovem lutadora
Geralmente, a violência psicológica e moral são as primeiras a se manifestar. Rosa, com 24 anos, sofreu por meses com um homem violento, mas que nem sempre demonstrou a sua raiva.
No início, ele era gentil, levava Rosa para jantar, abria porta do carro. Mas sempre controlando o celular. “Achei que era normal de ciúmes de início de relacionamento”, conta ela.
Depois de um tempo, começou a pressão psicológica. “Ele me chamava de burra, retardada, gorda. Eu sempre tinha culpa”.
Na saída de uma festa, veio a primeira lembrança da violência física. “Ele disse que me viu olhando para um menino. Discutimos e ele me empurrou. Em uma outra vez, saindo de um lugar, estávamos de boa até. Ele simplesmente me bateu na cara porque queria dirigir o meu carro e eu disse que não”.
Rosa conta que no outro dia, o mesmo homem violento se tornava outra pessoa. “Ele chorava, dizia que era um covarde e que não sabia o que acontecia com ele.
A CORAGEM DE DENUNCIAR
Rosa terminou o namoro após sofrer agressões físicas por três vezes. Em uma tentativa de volta por parte dele, ela apanhou mais uma vez. E resolveu dar um basta: fez um Boletim de Ocorrência e pediu uma medida protetiva. “Ele ainda tentou voltar comigo, mas eu não quis. Ainda tenho medo”, revela.
Mesmo com a medida, Rosa ainda sofre com as lembranças de um relacionamento de violência e abuso psicológico. O ‘louca’, como ele se refere a ela, ainda está gravado na sua mente. “Hoje me sinto guerreira por ter conseguido sair desse relacionamento. Eu venci. Tive coragem de denunciar e seguir em frente”, finaliza Rosa.
JULGAMENTO
O medo de falar por conta do julgamento também foi relatado. “Até hoje, tem gente que não acredita em mim. Mas eu confio que Deus e a Justiça vão mostrar o que esse homem fez”, relatou Rosa.