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Coluna Nova Petrópolis

Afinal, o estacionamento rotativo está sendo boicotado?

15/10/2019 - 11h20min

Você pode ser contra ou à favor do estacionamento rotativo. Inclusive é muito bom que existam pessoas contrárias. Delas partirão muitas críticas, tão importantes aos ajustes pontuais que o sistema precisa. No entanto, se além de ser contrário o cidadão for minimamente oportunista, ele se parará junto às vagas livres na rua Rui Barbosa e, apontando o dedo para a Av. Padre Afonso Theobald, cheia de carros estacionados gratuitamente, dirá: Vejam só, o povo de Nova Petrópolis está boicotando o estacionamento rotativo! Não é só uma mera suposição minha. Tem gente que realmente enxerga um boicote.

NÃO EXISTE BOICOTE

Alguns motoristas podem, de fato, estar exercendo o seu legítimo poder de escolha, boicotando o estacionamento rotativo. Mas não é isso que está deixou a zonas azul e verde tão vazias nestes primeiros dias. A explicação bastante óbvia está nos motoristas que trabalham na área de comércio. Antes eles deixavam o carro o dia inteiro na vaga mais próxima que encontravam. Agora precisariam pagar entre R$ 15 e R$ 20 diariamente por tal comodidade. É um valor inviável para a grande maioria. Mas mesmo aqueles que dispõem de tais recursos não podem fazê-lo. Isso porque na maioria das vagas o limite de permanência é de duas horas (três horas na zona verde). Ninguém consegue trabalhar e ir trocar o carro de lugar a cada duas horas. E, ainda por cima, pagar por isso.

QUEM BOICOTA

Mesmo aquele cidadão que boicota o sistema por não concordar, e que tem este direito, mesmo para ele chegará a hora da emergência, em que irá achar melhor pagar um ou dois reais para não perder tempo. Inconscientemente ele agradecerá por encontrar uma vaga bem perto do lugar onde precisam ir. A previsão para esta semana é de chuva. Ao término dela com ela já teremos um novo balanço da situação.

QUANTO AO TURISMO

A mudança de hábitos de quem trabalha na área comercial é benéfica sob vários aspectos. Só que ela não serve de resposta para o turismo. Se antes supostamente os turistas não paravam na cidade porque as todas vagas estavam ocupadas, agora pode ser que deixem de parar por causa da tarifa. Ou justamente o contrário. A cobrança de dois ou três reais será mesmo tão determinante? No último fim de semana o tempo colaborou com os visitantes e a cidade teve a Feira do Livro. É fato que a ocupação das vagas pagas foi bem maior do que nos dias da semana. Há relatos de turistas satisfeitos, que pela primeira vez conseguiram estacionar rapidamente, e de outros que se deram mal porque sequer sabiam da cobrança (ficaram sabendo só quando encontraram uma notificação no para-brisa do carro). Em todo caso, é preciso dar tempo para qualquer avaliação mais precisa.

FALHAS NO SISTEMA

Então: 1) não está havendo um boicote; 2) eventuais ganhos ou prejuízos no turismo ainda não podem ser mensurados. Fora isso tudo, houve vários relatos de falhas na operação do sistema durante o fim de semana. Isso é grave e precisa ser apurado logo. As principais queixas dão conta de que o aplicativo Digipare estava fora do ar e que os parquímetros também não estavam funcionando direito. Além disso, alguns pontos ficaram mais de uma hora sem a presença de um monitor.

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