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Morro Reuter possui 12 hectares dedicados ao cultivo de lavanda

17/10/2019 - 16h28min

Atualizada em 17/10/2019 - 16h31min

Morro Reuter – Na semana da 4ª Festa Nacional da Lavanda, o Diário Rural conta um pouco da dedicação do casal Roque e Laura Stoffel ao plantio da flor símbolo do município. Eles moram na localidade de Linha Quatro Cantos, onde há mais de dois anos cultivam a planta para a extração de óleo e também fazem mudas para outros produtores da região. Hoje Laura produz mais de 5 mil mudas, todas sem o uso de agrotóxicos, e a procura é grande. “Para fazer as mudas eu seleciono as melhores plantas e, assim, pego as estacas delas”.

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O casal não vai expor na Festa da Lavanda, mas vai prestigiar o evento. “Me sinto muito bem contribuindo para divulgar o município. Plantar lavanda é muito bom. É uma flor que a gente gosta e é bonita. Muitas vezes tenho dor, daí venho nas lavandas e parece que a dor vai embora. Isso me faz muito bem. Acaba tendo uma finalidade terapêutica, pelo menos eu acho. Cuidar das flores me mantém entretida. O Roque fica dentro de casa e eu aqui nas lavandas. Não preciso me preocupar em fazer o almoço porque ele faz. Gostamos muito disso”, conta Laura.

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Graças aos ratos

“Estou muito feliz em fazer esse trabalho. Eu sempre gostei de flores e tive vontade de plantar lavanda. Então o Roque plantou o milho nessa área de terras, mas os ratos vieram e cortaram todo o milho. Então ele me deixou plantar a minha lavanda. A gente não gosta de falar dos ratos, mas foi graças a eles que eu comecei a plantar a minha lavanda nesse lugar”, conta Laura.

Dedicação

Aos 75 anos, Laura conta que adora o trabalho com as lavandas. Ela confecciona até o saco para colocar a terra onde planta a muda. “Isso é uma coisa que eu posso fazer ainda. A gente é de idade, mas gosta de trabalhar. Não consigo ficar sem fazer nada. Comecei a trabalhar muito cedo e gosto de estar ocupada. Vou tocar até que eu puder. É uma maneira de me manter ativa”. Ela transforma latinhas e embalagens plásticas em artesanato.

“O Roque me ajudou muito a chegar até aqui. Gosto de fazer tudo certinho. Faço com orgulho. A lavanda representa muita coisa na minha vida. É força para viver. A gente se distrai. Torna-se uma terapia. Faz muito bem”, afirma Laura. “Quando ela não puder mais trabalhar com a lavanda vai faltar um monte de coisa na vida. Aqui ela se ocupa. Passa o tempo dela. É uma paixão para ela”, destaca o marido Roque.

São mais de 5 mil mudas para serem cuidadas. (foto: Rogério Savian)

Superaram dificuldades

Roque e Laura moram na localidade desde que casaram, há 53 anos. Ela nasceu em Walachai e ele em Linha Cristo Rei. Quando casaram compraram as terras, enfrentando muitas dificuldades. “Isso aqui eu nunca pensei que ia progredir tanto. Quando casamos começamos com dois hectares de terra, tudo com dinheiro emprestado. Até para pagar a escritura. Na época não existia financiamento. Tivemos que acreditar na gente. Aos poucos fomos adquirindo mais terras. Na época plantávamos batatinha e para isso precisava trocar muito de área”, contam.

Laura produz artesanato utilizando lavanda. (foto: Crédito: Rogério Savian)

São 22 famílias

De acordo com o chefe do escritório local da Emater, Evandro Knob, atualmente são 22 famílias ligadas ao cultivo de lavanda no município, totalizando cerca de 12 hectares. O período de corte para a extração acontece de março a novembro. “Muita coisa fomos aprendendo na prática durante esse período. Tudo era novo no início porque o cultivo tinha finalidade ornamental. Mas com o tempo passou a ser produzida para a extração de óleo e seus derivados. Hoje o cultivo da lavanda já pode ser considerado uma atividade econômica. Esse ano, na Festa da Lavanda, além de ter os produtos da lavanda, como os óleos essenciais e na gastronomia, também terá a oportunidade das pessoas visitarem as propriedades”.

Hoje a Dentata é a variedade que melhor se adaptou ao clima e solo do município. “Importante ressaltar que as pequenas áreas iniciais foram fundamentais para a estruturação dessa cadeia toda, que agora está criando corpo. Hoje temos produtores de muda, o pessoal que cultiva a lavanda tanto para a questão turística e a própria extração do óleo, assim como a fabricação dos produtos feito da nossa lavanda. Estão sendo implantados de 3 a 4 hectares de áreas novas. Ou seja, o pessoal viu a estrutura da cadeia e está acreditando na cultura da lavanda”, afirma Evandro.

Evandro acompanha o trabalho dos agricultores no município. (foto: Rogério Savian)

 

 

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