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Coluna Nova Petrópolis

Nova Petrópolis: porque não temos energia elétrica de uma cooperativa?

26/02/2020 - 09h52min

Um leitor do Pousada da Neve me telefonou dias atrás queixando-se da burocracia para fazer uma ligação nova de energia elétrica em seu imóvel. Ele quer alugar uma sala comercial e oferecer uma conta de energia separada ao inquilino. Por isso precisa da ligação nova. Para isso existe todo um padrão de entrada estabelecido pela Aneel e que deve ser seguido pelas empresas e consumidores. Por exemplo, de uns tempos para cá, os relógios de medição são embutidos no próprio poste que recebe a fiação. Aquelas caixinhas penduradas nas casas são coisa do passado. E por aí vai… Bom, o leitor buscou se adequar ao padrão, mas nada de receber a nova ligação. Aí foi atrás da RGE. Descobriu que tinha alguns itens a corrigir. E como a RGE lhe comunicou isso? Atirando um papel na frente da casa dele. Segundo o relato, as adequações solicitadas já foram feitas e nada de acontecer a tão esperada ligação separada. Difícil para nós leigos dar uma opinião sobre algo tão complexo como um padrão de entrada de energia. Mas eu acredito nas queixas!

SEM CONCORRÊNCIA

O grande problema é que no nosso mercado de energia elétrica falta algo que é fundamental para a qualidade de qualquer serviço: a concorrência. Eu tenho certeza que a RGE teria um serviço muito melhor se houve um ou dois concorrentes ameaçando lhe tirar os clientes mal atendidos. É só olhar para o que aconteceu de uns 25 anos para cá com o mercado de telefonia.

MERCADO DE TELEFONIA

Quando eu era criança, morávamos no interior e havia só um telefone na comunidade inteira. A linha pertencia à Prefeitura e um morador era escolhido para cuidar o tal telefone, que servia para todo mundo. Quando alguém via esse morador se aproximando da sua casa, eram grandes as chances de ter havido uma morte na família. Os recados vinham deste jeito. Depois, quando já morávamos na cidade, alugamos uma linha telefônica por 40% de um salário mínimo. Hoje todo mundo tem acesso à telefonia e até o cartão pré-pago está virando uma coisa ultrapassada. Graças à abertura do mercado e o fim do monopólio estatal, hoje existem muitas operadoras de telefonia atuando em regime de livre concorrência. É verdade que há muitas queixas, mas o consumidor pelo menos tem a opção de punir o mau atendimento com a escolha por outra marca. Infelizmente o fornecimento de energia elétrica obedece a uma dinâmica bem diferente e não temos concorrência.

COOPERATIVA

Fala-se que a RGE foi comprada pelos chineses, que estão comprando praticamente tudo. Ou seja, daqui a pouco uma decisão do outro lado do mundo poderá interferir no nosso serviço de energia. Por outro lado, ao meio-dia sempre ouço na Rádio Imperial o programa da Certel, que é a maior e a mais antiga cooperativa de eletrificação do país. Assim como praticamente todas as cooperativas, a Certel tem uma série de programas e ações que demonstram atenção diferenciada aos associados e à comunidade envolvida em seus negócios. O atendimento acontece em praticamente todos os lados: Vales do Taquari, Caí, Rio Pardo, Paranhana e Encosta Superior do Nordeste. Como não há concorrência mesmo, seria muito mais negócio para Nova Petrópolis ter energia proveniente de uma cooperativa. E a Certel está bem pertinho da Capital Nacional do Cooperativismo.

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