Cerca de R$ 5 milhões apreendidos na operação que investiga desvios na saúde

A Operação Camilo, desencadeada na semana passada e que investiga desvio de dinheiro público na saúde, apreendeu o montante de cerca de R$ 5 milhões. Aproximadamente R$ 3,5 milhões são relativos a bloqueio judicial em contas bancárias e empresas dos investigados, R$ 400 mil apreendidos nos endereços em espécie e mais 31 veículos apreendidos – tudo isso tem a estimativa de R$ 4,5 a 5 milhões. Estes valores poderão retornar à União e ao Estado se houver condenação judicial. Dos 15 presos, o Tribunal Regional Federal (TRF) decretou nessa semana a prisão preventiva de 11 deles. Ou seja, não há previsão de soltura.Outros quatro foram soltos. 

MEGA OPERAÇÃO EM QUATRO ESTADOS

A Operação Camilo foi deflagrada pela Polícia Federal, Controladoria-Geral da União, Tribunal de Contas do Estado, Ministério Público Federal e Ministério Público do Rio Grande do Sul no último dia 27 de maio. No município de Rio Pardo, o prefeito e procurador foram presos e a suspeita é de que houve desvio de R$ 15 milhões no hospital de lá. Mandados também foram cumpridos em mais municípios do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo.

TRÊS LIGADOS A DOIS IRMÃOS SEGUEM PRESOS 

Entre alvos dessa megaoperação de dimensão nacional, estão o Instituto de Saúde e Educação Vida (Isev) e a Associação São Bento, ambas já denunciados pelo Ministério Público de Dois Irmãos por desvio de milhões na administração do Hospital São José, em setembro de 2019. Segundo denúncia do promotor público dois-irmonense, Wilson Grezzana, na época, o Isev criou a São Bento como uma empresa laranja para cometer a ação criminosa de desviar o dinheiro público. Grezzana chegou a apontar desvios de R$ 24 milhões em hospitais administrados pelo Isev, sendo cerca de R$ 6 milhões de Dois Irmãos. Três pessoas denunciadas por Grezzana estão entre os presos: Juarez Ramos dos Santos, Fabiano Pereira Voltz e Lucia Mainieri. Ambos tiveram a prisão temporária convertida para preventiva.

Apesar de a investigação envolver o ISEV e São Bento, a operação não esteve ligada a Dois Irmãos.