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Feira na Colônia Japonesa não tem previsão de retorno
Ivoti— A Feira na Colônia Japonesa, um dos principais eventos de comercialização de produtos artesanais e da agricultura familiar de Ivoti e região, completa no próximo final de semana sete meses de atividades suspensas e, conforme o presidente, Andre Haiashi, os eventos não têm previsão de retorno.
Haiashi destacou que o desejo é retomar as atividades o quanto antes. No entanto, como a maioria dos produtores está acima dos 50 anos, a presidência tem segurado o retorno como medida de prevenção à Covid-19.
O presidente disse que é difícil impôr medidas de isolamento no espaço da Feira, por isso a melhor opção, segundo ele, ainda é manter as atividades suspensas. “Primeiro a vida. Do dinheiro, corremos atrás. Abrir a Feira novamente ainda é muito arriscado, e se acontecer alguma coisa a responsabilidade será da presidência”, destacou.
Haiashi explicou que, nesse período de isolamento, muitos produtores se reinventaram, aderindo à venda pela internet e telentrega, por exemplo. E para os clientes que ainda não conseguiram os contatos dos produtores é possível obter informações pela página da Feira no Facebook.
Tempo de se reinventar
Líria Hiromi Sato Miyabe, 54 anos, é uma das produtoras que participava da Feira na Colônia Japonesa, desde 2011, vendendo pastéis japoneses, pães e biscoitos integrais. Segundo ela, a suspensão das atividades foi muito difícil. “Fiquei sem chão, sem aquela renda e com as contas para pagar”, descreveu.
A alternativa, conforme Hiromi foi recorrer à internet e se reinventar. Ela conta que começou a produzir novas receitas, como sushi, e rolinhos primavera, por exemplo, divulgando no Instagram e Facebook, e também trabalhando com a telentrega.
A aposta ajudou a manter o orçamento, mas, segundo ela, a Feira ainda faz muita falta. “A Feira na Colônia Japonesa é meu ganha pão. Espero que possamos voltar logo. Muitos outros eventos já foram retomados, com os devidos cuidados, e nos provam que é possível trabalhar”, destacou a produtora.
Simone Mattos é outra produtora que participava da Feira na Colônia Japonesa, há dois anos, e precisou reinventar a rotina profissional. Conhecida pelos temperos naturais, repletos de significados – Natural Sim – ela conta que a suspensão da Feira foi muito impactante.
A produtora disse atuava no ramo da indústria, vendendo para atacados, via site, e também em feiras locais, como a Feira Colonial de Ivoti (que já foi retomada), e como a que acontece na Colônia Japonesa. Segundo ela, os eventos na Colônia representavam cerca de 30% do seu faturamento mensal.