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Só se sabe que jamais retornou para quem pagou

16/05/2018 - 11h00min

Afinal, o que a Prefeitura Municipal fez com a contribuição sindical, aquela compulsória, que todos os trabalhadores do Brasil sempre tinham que pagar correspondente a um dia de trabalho no mês de março? Como se sabe, a contribuição sindical foi extinta com a reforma trabalhista e nenhum trabalhador precisa mais trabalhar um dia para o seu sindicato. Como era compulsória, a própria palavra já diz. Era garantida por lei, ninguém podia escapar. Convenhamos, como esta contribuição persistiu por tantos anos no Brasil, pois foi instituída pela Constituição de 1937. Sim, senhores, Constituição de 1937. Em Estância Velha nenhum servidor dos 1.020 contribuíram este ano. Precisa ser melhor apurado, pois não temos a informação precisa sobre o assunto. Se for assim, os servidores foram soberanos para decidir. Só contribuía quem quisesse. Os sindicatos tentaram perpetuar a contribuição através de ações judiciais em alguns lugares, mas pelo que se apurou em Estância Velha ninguém contribuiu e a Prefeitura nada recolheu na forma de imposto sindical.

COMO RESISTIU?

A pergunta que se faz depois que a contribuição foi extinta finalmente em 2017, último ano em que foi descontada do salário dos trabalhadores e repassada pelas empresas ao governo, para que este fizesse a distribuição do butim, é como este imposto sem qualquer sentido perdurou por tanto tempo. Ele serviu apenas para que os sindicatos sobrevivessem mesmo que não prestassem qualquer serviço para os trabalhadores. Obrigar alguém a trabalhar um dia inteiro para que o resultado do trabalho fosse repassado para um sindicato que muitas vezes nem se sabia qual era, foi um negócio de doer no fundo da alma. Repito, como este trambolho foi durar de 1937 até os dias de hoje, depois que a Constituição de 1988 deixou inalterada a sua cobrança? Por falar em Constituição de 1988, conhecida como Constituição Cidadã, por manter e criar direitos e poucos deveres para os brasileiros, ela foi feita sob medida para que grupos de privilegiados vivessem às custas do suor dos brasileiros que arregaçam as mangas todos os dias para sustentar os feudos, entre eles os sindicatos. Precisa mudar tanta coisa no Brasil que não contentamos com a extinção apenas do imposto sindical.

MUITAS BOCAS

Na verdade, os bilhões arrecadados não iam apenas para os sindicatos, sabe-se lá donde muitas vezes. Os recursos da contribuição sindical eram distribuídos da seguinte forma: 60% para os sindicatos. Outros 15% eram destinados para as federações. Mais outros 5% iam para as confederações. Mais outros 10% para as centrais sindicais. E, finalmente, a boca grande do governo também participava do butim. 10% iam para uma tal Conta Especial Emprego e Salário. É um negócio de chorar. Todos os trabalhadores brasileiros devem esta para o presidente Michel Temer. Podem dizer o que quiserem do presidente, podem acusá-lo de corrupção, mas devemos dizer obrigado a ele e aos parlamentares que aprovaram a reforma trabalhista. Temer extinguiu a necessidade de cada trabalhador ceder um dia inteiro de seu trabalho anual para esta turma toda. O que faziam com o dinheiro não se sabe. Só que se sabe que jamais retornou para o bolso de quem pagava a conta.

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