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Surto de diarreia no litoral pode ter relação com o consumo de picolés contaminados
Xangri-Lá – O município de Xangri-Lá, no Litoral Norte do RS, registra um surto de diarreia e vômito, a maioria entre crianças, como confirmou o secretário municipal de Saúde, Luis Antônio Ferreira, na segunda-feira, 19. Os pacientes com quadro de desidratação começaram a procurar o posto de saúde no sábado, 17. Até o domingo, eram 92 casos. Os atendimentos com os mesmos sintomas seguiram na segunda, em número ainda não calculado pela prefeitura. O posto ficou lotado nos últimos dias, devido ao atendimento.
Segundo o secretário, todos relatam terem consumido picolé, comprado de um vendedor que passa de carro pelos bairros. “Nós ainda não temos a comprovação de que seja o picolé, mas é 99% de chance que seja”, afirma. Amostras do produto foram fornecidas para a secretaria, e serão enviadas nesta terça, 20, para o Laboratório Central do RS (Lacen). O secretário explica que a secretaria chegou a desconfiar de que o mal estar fosse algum efeito da multivacinação. Mas isso foi descartado, devido aos casos em adultos.
Segundo Ferreira, cerca de 80% dos pacientes com o quadro de diarreia e vômito são crianças. As possibilidades de contaminação pela água e por coronavírus estão descartadas pela secretaria. Não houve sintomas gripais entre os atendimentos e somente um paciente apresentou febre, diz o secretário. “Chegamos à principal [suspeita], todos falando que compraram picolé de um veículo vermelho”, relata. “Pedimos que não compre esse picolé neste momento”, reforça.
Até a tarde desta segunda, nenhum caso havia evoluído para internação hospitalar. A maioria dos pacientes fazem soro, vão para casa, e muitas vezes retornam, com mal estar, como descreve o secretário. Os exames de amostras dos pacientes ainda não tiveram resultado. “No início, vinha bastante paciente de Rainha [do Mar] e Centro. Mas, hoje, já veio gente de toda a praia”, relata o secretário. Conforme ele, não houve falta de soro ou material de atendimento. O secretário explica que as empresas que vendem picolé na região possuem alvará estadual. O caso da fabricante do picolé sob suspeita é investigado. “A gente não conhece o pessoal”, diz o secretário.