E você, reclamando muito do calor? Entenda…

Por

Mauri Marcelo Toni Dandel

QUE CALORÃO!

– “Esta semana está terrível, que calor!”

– “Yessas, nem começou o verão e já não dá pra agüentar!”

– “Minha nossa, vamos sofrer neste verão!”

– “Que bafo na rua. Não dá pra aguentar, deve ‘tá’ uns 45 graus!”

– Reclamações como estas a gente ouviu aos montes esta semana. Realmente, não está fácil!

– Mas sabe o que chama a atenção?  Há 15 dias, quando deu aquele friozinho, juro que eu quis fazer uma lista das pessoas que reclamavam do frio. Mas acabei esquecendo. Aposto que são os mesmos que agora reclamam do calor!

– Cada um reclama do que quiser, ninguém tem nada com isso! Muito menos eu! Mas confesso que, se algo me perturba, é ver gente reclamando das condições climáticas. Adianta reclamar? Muda alguma coisa?

 DE SOL A SOL

Eu sei. Agora você está pensando nos pedreiros, carteiros e agricultores, que, aliás, dependem do sol e da chuva. Sim.Temos que entender as reclamações de quem trabalha no sol a sol. Se o cara capina lote ou bate uma caixa de massa de concreto debaixo do solão, eu vou respeitar a reclamação. Todos estes têm razão quando reclamam!

Inclusive, temos que entender quando alguém reclama ou fala do “tempo” (clima) só para puxar assunto. Isso é outro departamento, faz parte da nossa cultura.

DE UMA COISA

– Sabe por que isso me perturba? Porque não é o colono ou o pedreiro que reclama do calor. Sabe quem é que reclama? O carinha que trabalha na sombra ou no ar condicionado. Aí ele sai pra rua e fica meia hora e já reclama “que não dá pra aguentar o calorão”!  Tenho parentes e amigos que trabalham na lavoura, tenho amigos que trabalham com obras e raramente vejo reclamando do calor ou da chuva!

– Confesso que dá vontade responder assim: “ ‘ma’ largue mão de ser reclamão e vá capinar um barranco pra ver o que é calor!” Bueno, cada um reclama do que quiser e ponto. E quem sou eu pra reclamar de quem reclama! Não é mesmo? Cada um reclama do que quiser e nem eu nem você tem nada com isso!

– Igual a turista que vem a Gramado. Reclama do frio, se entope de malha e roupa até as orelhas e aí reclama “do ventinho”, como diz o Paulinho Mixaria!

– Enfim, hoje não é “coluna”, é uma “crônica”. Este assunto não é sério. E também não estou jogando o chapéu para cima para dar indireta a ninguém. Ponto! Mas dou risada por dentro cada vez que alguém (que está no ar condicionado ou que está na sombra boa e água fresca, frise-se) reclama do calor!

– Ah, “no mas”, uma reclamadinha do calor ou do frio não faz mal pra ninguém também, não é?

– Por fim, quer apostar que os mesmos que reclamaram do “frio fora de época” no Dia de Finados e que reclamam do calor agora serão os mesmos que, lá por terça ou quarta-feira, vão reclamar da chuvarada? Volto a dizer: se alguém reclamar da chuva, eu não tenho nada com isso!

NÃO QUER CALAR

– Aliás, você já se deu conta do quanto que você reclama por dia? Faça um teste, conte nos dedos cada vez que você reclamar ao longo de um dia só, seja do trânsito, do atraso para reunião, de algum motorista que não ligou o ‘pisca’, do colega de trabalho, do governo, do preço no supermercado… Vai te apavorar!

– E vamos reclamar menos, elogiar e agradecer mais, principalmente a Deus, porque, enquanto tem sol quente, não tem furacão como a gente vê na Flórida!

– Depois desta nem precisaria de mensagem positiva do dia, mas, vamos lá com uma do Rei Salomão, o autor dos Provérbios: “É na crise que se conhece o fraco”. E no calor também!