Coluna Estância Velha
Estância Velha: um candidato eleito deixa mesmo de ter partido?
Por Jéssica Ramos
Poeira alta
Por motivos de logística e produção, não tive condições de acompanhar a cerimônia de posse dos eleitos em Estância Velha, na última sexta-feira. Porém, independente de não ter participado do evento, a tão esperada gestão Diego Francisco começou. Ainda é cedo para algumas considerações, mas muitas situações já estão em análise e, inclusive, em discussão nos bastidores da política local. Os principais personagens apenas aguardam a poeira baixar para iniciar avaliações e articulações. Ano novo, exercícios de costume.
Hegemonia
O discurso do diálogo e do governo em prol da população em geral é unânime, não apenas em Estância Velha, mas na maioria dos municípios da região. Confesso que admiro a ideia, mas minha sensibilidade não me deixa acreditar nas intensões. E, pelo que tenho observado, não sou a única. Mas, em Estância Velha, os representantes de situação são maioria na Câmara, a Casa Legislativa será presidida por João Gabriel Dilkin, do mesmo partido do atual prefeito (PSDB), e o chefe do Executivo prega união. A palavra “oposição” soa com tom pejorativo na cidade, levando os políticos de partidos não coligados à nova administração a assumirem a “situação” como única alternativa. O fato que é óbvio que o que se espera dos novos parlamentares é inteligência; que não façam uma oposição vazia; tampouco um apoio cego. Mas, verdade seja dita, assim como um veículo de comunicação segue uma linha editorial para conduzir sua produção e funcionários, um político é norteado pela (s) ideologia (s) de seu partido. Oposição é oposição, situação é situação. Simples e prático. Não fosse assim, as eleições dispensariam siglas e não haveria quociente eleitoral.
Recuo
Apesar do cenário de maioria na Câmara, a favor do Executivo, semana passada fui surpreendida pela hipótese de que a presidência da Câmara – que até então parecia definida – não estaria tão definida assim. Correram boatos de que teríamos duas chapas concorrendo ao posto. A notícia logo foi esclarecida, dando conta de que tratava-se apenas de boato mesmo, o que se confirmou durante a sessão do dia 1º, com a eleição de João Gabriel Dilkin (PSDB), e votação de chapa única. O fato é que a notícia correu e deixou uma pulga atrás de muitas orelhas. Teria sido boato realmente? Uma isca para o governo? Ou uma articulação mal executada, precipitada e frustrada? Ano novo, velhos hábitos.
Caixa de mensagem
Enquanto as coisas acontecem na cidade, a ex-prefeita Ivete Grade parece ter levado a sério a orientação de isolamento. Por ter testado positivo para a Covid-19, a ex-chefe do Executivo Municipal sequer pôde acompanhar a cerimônia de posse do novo prefeito. A reportagem do Diário tentou contato, por telefone, com Ivete nos últimos quatro dias, mas sempre foi direcionada à caixa de mensagem. O que se sabia, ainda do período de transição de governo, é que Ivete, aposentada, daria um tempo à política, e se dedicaria a demandas sociais.
Decepção
Os anúncios do prefeito Diego Francisco com relação ao secretariado têm sido comemorados e aplaudidos. Porém, há uma decepção. Sendo uma das principais demandas da cidade a Saúde, tal como o Hospital Municipal Getúlio Vargas, Diego inicia a gestão sem nomear um responsável à pasta. Será estratégia?