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Doris Neumann diz que sua fala era uma homenagem aos alemães
Nova Petrópolis – Depois de toda a repercussão negativa envolvendo Doris Denise Neumann e o nome do município, a ex-candidata a prefeita enviou uma nota de esclarecimento para justificar sua fala dita em protesto contra Eduardo Leite, na última quarta-feira, 10 de março, em Porto Alegre. Segundo ela, foram feitas “infâmias, injúrias e difamação” atribuídas a ela. Disse ainda que o vídeo que ela gravou onde cita a frase “Arbeit macht frei” deveria ter permanecido em um grupo restrito de rede social, mas foi usado de forma “ardil” contra ela.
A advogada disse ser filha de alemães e que sua avó paterna não se cansava de relatar as dificuldades enfrentadas pelos colonizadores da região, que não possuíam nada, além da força do trabalho. “Naquela época, não havia restrição alguma ao trabalho, assim como não havia qualquer assistência médica que os amparassem. Tudo que desejavam adquirir, ou necessitassem para a saúde, era custeado com o fruto do seu trabalho, que se caracterizava pelas colheitas. Muito trabalho e suor foi dispendido neste solo gaúcho pelos valorosos alemães”, escreveu.
Doris disse que foi ensinada pela família que só o trabalho pode dar liberdade e dignidade. E que justamente por resgatar estas lembranças, desejou homenageá-los falando em alemão que só o trabalho poderia lhes dar a liberdade. Em nenhum trecho ela admitiu que tivesse usado um discurso nazista ou desculpou-se com a comunidade judaica.
“Não caberia falar em francês”
A ex-candidata escreveu também que não caberia a ela falar “le travail vous libère”, idêntica frase em francês, pois não se destinava aos franceses. De fato, ainda não há registros de franceses na manifestação do dia 10 de março contra o governador Eduardo Leite. Nas imagens que mostram a aglomeração em frente ao Piratini, é possível ver dezenas de pessoas com camisas da Seleção Brasileira e vestes em verde e amarelo. Fatos que levam a crer que a nacionalidade dos manifestantes, era, nem franceses e nem alemães, mas sim, brasileiros.
Por fim, Doris disse que estava “em grande manifestação livre e democrática”, reivindicando a flexibilização do decreto Estadual que, em suas palavras, arrancou dos gaúchos o direito ao trabalho. Integrante do partido Patriota e conhecida por apoiar o presidente Jair Bolsonaro, Doris citou que a “escravidão, e o sistema esquerdo/comunista de Hitler” jamais poderá ser reinstalado, pois era perverso e desumano. Pra completar, finalizou dizendo que suas colocações foram distorcidas e a “mídia marrom” (termo pejorativo usado para classificar a imprensa como sensacionalista) faltou com o respeito com ela e aos colonizadores do Rio Grande do Sul.