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Empresários se unem para impedir fechamento de comércio em Nova Petrópolis
Nova Petrópolis – Os protocolos de cogestão na bandeira preta permite que o comércio considerado não essencial fique aberto somente durante a semana e em horário limitado. Mas os empresários alegam que precisam trabalhar também aos finais de semana, pois o tempo que ficaram com as portas fechadas trouxe muitos prejuízos. Por isso, na manhã deste sábado, 27, os profissionais se uniram para ficarem com as portas abertas, mesmo com a fiscalização orientando pelo fechamento.
Através de um grupo no WhatsApp, os empresários avisam onde os fiscais estão pedindo o fechamento, e se concentram no local para impedir. Até por volta de 11 horas da manhã, fiscais municipais, com o acompanhamento da Brigada Militar, foram em pelo menos 15 estabelecimentos que estavam descumprindo os protocolos. De acordo com a fiscalização, no momento da abordagem, os comerciantes acatam o pedido, mas alguns acabavam reabrindo depois que iam embora. “Estamos orientando, são os protocolos. Mas se houver reincidência, infelizmente teremos que multar”, comentou a fiscal.
Um dos lugares onde os manifestantes se concentraram nesta manhã, foi em frente a Barbearia Taylor Jung, na Av. Três de Maio. O proprietário, Taylor Jung, disse que não iria mais fechar, mesmo que acabe levando alguma multa. “Eu fiquei 21 dias sem trabalhar. Estou com muitas contas atrasadas, R$ 800,00 só de luz. Ainda não paguei o salário do meu funcionário. Nós precisamos trabalhar”, disse Jung.
Hotéis e gastronomia
O proprietário do Hotel dos Plátanos, Clóvis Schumann, pode manter seu hotel aberto. Porém, sem os outros segmentos abertos, os turistas não vêm, pois não teriam onde almoçar. Ele conta que no último mês, faturou apenas 13% do normal, valor que não paga nem mesmo os funcionários. Em 2020, Schumann não alcançou um terço dos valores de 2019, e agora, a situação parece ter chegado no limite. “Eu não tenho mais de onde tirar, não tenho faturamento. Corro o risco de perder o hotel para o banco, devido a um financiamento”, conta.
Outro empresário, Erich Grings, fala que além do ramo hoteleiro, a gastronomia está sendo muito afetada. Muitos restaurantes dependem da renda captada nos finais de semana e à noite, como em casos de rodízios. E são justamente os dias e horários que estão proibidos de trabalhar. Alguns empresários relataram que já fizeram várias demissões, e que outras estão encaminhadas, pois não conseguem mais mantê-los. Em determinados casos, os profissionais não possuem mais capital financeiro nem mesmo para demitir, pois é necessário pagar os direitos trabalhistas.
Pedido de ajuda
O principal pedido dos empresários é que a Prefeitura atue junto com eles. Parte dos que estavam no local cobraram uma postura do prefeito Jorge Darlei Wolf a favor do comércio. “O lema de campanha dele não era ‘tá na hora de mudar’? Mas nada mudou! O Poder Público tem que agir para lutar conosco. Nós estamos lutando pelo direito de trabalhar, quando um comércio fecha, afeta a todos”, disseram. O vereador Edeson Brasilista esteve no local para ouvir as reivindicações dos empresários.