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Reunião nesta segunda analisa venda de parte do prédio da Atiradores em Dois Irmãos
* por Fábio Radke
Dois Irmãos – As tradições sociedades da região vem enfrentando uma série de dificuldades nos dias atuais, muitas delas, agravadas com a redução do quadro de sócios, a ausência de eventos e promoções devido a pandemia e associado a isso, a iminente deterioração do patrimônio. Vale lembrar que muitos dos prédios são construções centenárias. Em Dois Irmãos, a atual direção da Sociedade Atiradores cogita a venda de área de terra, junto a rua 10 de Setembro e Travessa Atiradores, e parte da construção aonde fica a cancha de bolão. De acordo com o atual presidente da Atiradores, João Bremm, existe hoje um investidor e a concretização do negócio será discutida em um encontro. “Haverá uma reunião nesta segunda-feira (hoje) à noite, somente para a diretoria e uns três membros do conselho, para discutir o assunto. O próximo passo será chamar uma assembleia geral”, destaca. O encontro tem início às 19h30.
A parte do prédio histórico que corresponde à prática de bolão com a área de terra, somam em torno de 960 metros quadrados (40×24). O espaço da cancha seria transferido para uma sede campestre da entidade, que fica no bairro Industrial. Caso seja fechado à venda, o investidor teria a possibilidade de explorar comercialmente o local com pagamento de aluguel para a entidade.
O que pensam
“Eu não gostaria de ver cair telhados, espaços e a parte antiga da Sociedade. Não sou de me omitir, procuro participar e achar soluções necessárias. Não sei a venda desse terreno de esquina, da 10 de Setembro com a Atiradores é a única solução, mas é algo viável. Vender e transferir o bolão para a sede campestre e aplicar parte desse dinheiro nas reformas necessárias, da cozinha, banheiros, telhados e toda parte estrutural antiga. Se abriu a discussão, quem sabe vai aparecer mais gente, mas ex-sócios e ex-presidentes para opinar, ajudar e achar uma solução. Precisamos tomar medidas para não estragar e manter de pé partes antigas construídas com nosso sacrifício. Não é primeira vez que se vende alguma parte da Sociedade. A antiga área da linha do tiro, foi vendida no passado, era aonde hoje é a galeria Becker. São momentos e épocas, não podemos ficar em casa omissos, se escondendo atrás de redes sociais”, Presidente em três oportunidades, Renato Dexheimer.
“Sou contra porque se trata de uma sociedade e não de uma mercadoria particular. Reconheço que, ao nada mais oferecer ao associado, nestes últimos anos, além do bolão, o quadro de sócios se esvaziou. Mas a SADI tem conselho deliberativo e todos ex-presidentes são conselheiros vitalícios, segundo o estatuto. Eu comentei sobre a intenção de venda com vários ex-presidentes e nenhum deles sequer sabia disso, não tendo sido, obviamente, consultados. Como é que querem vender sem aprovação do conselho? Salvo se o conselho formado entre os poucos sócios, todos praticantes do bolão, se reuniu, convenientemente, para aprovar a venda. E se a venda de parte da área da sede social é inevitável, seja qual for a razão, isso não deveria estar sendo feito às escondidas, que é como eu vejo”. DJ no período da Express e ex-membro do departamento jovem da Sociedade, Celso Emídio Schneider.
“Há um ano e meio atrás fizeram uma reunião com os sócios e decidiram que, parte do bolão e metade da cozinha e a copa seria desmontada para receber melhorias. Para tanto inclusive haveria o desmembramento de terrenos da sede para venda e obtenção de recursos para esse projeto. Hoje, ao invés de realizar essas melhorias previstas anteriormente, a ideia é utilizar verbas para transferir o bolão lá para baixo. A divisão de área das partes com a venda do bolão, de acordo com as medidas divulgadas, entra no espaço que compreende a nossa cozinha do restaurante e inviabiliza o funcionamento. Tenho o restaurante aqui há aproximadamente 3 anos. Ainda entendo que existe toda a questão histórica dessa sociedade que possui 124 anos e possui o bolão como uma marca atualmente”, Ecônomo da Sociedade Atiradores, José Marcelino Vier.
“Nos 12 anos como presidente, a Sociedade somente esteve fechada logo no início da minha gestão, com a morte do ecônomo João Altenhofen. A dívida na época era de R$ 150 mil. Vale destacar que em 2006 e 2008, a sociedade não teve presidente executivo, somente do conselho, sem o poder de decisão. A ideia de vender começou a ser debatida em 2016 e diversos fatores contribuíram para a não evolução. Tínhamos vários investidores e por alguns motivos, entre eles, a demora da aprovação do Plano Diretor desistiram do investimento. Não é algo novo. Pois quem acompanha o dia a dia da sociedade, estes associados sabem da complexidade que ali existe, conhecem os fatores envolvidos e riscos. Muitos desses problemas registrados em ata e diversas assembleias ou reuniões de diretoria. Infelizmente muitos associados remidos ou laureados não comparecem há mais de 12 anos e por isso não sabem do atual momento”. Presidente por 12 anos, Elton Mielke.