Coluna Dois Irmãos
A primeira ‘tele’ da cidade nasceu há meio século. Sabe o que os moradores de Dois Irmãos recebiam em casa?
Começo de conversa
Dois Irmãos
Mauri Marcelo Toni Dandel
A PRIMEIRA “TELE” DA CIDADE
Muito se falou em tele – entrega depois que o ‘coronga’ surgiu. É ‘drive thru’, é ‘delivery’ e por aí vai. Tudo muito moderninho! Mas qual será que foi a primeira ‘tele – entrega’ da cidade?
E se eu te disser que foi há uns 50 ou 60 anos? Aposto que você vai duvidar!
Na verdade, o nome correto não é ‘beeem’ ‘tele – entrega’, afinal, nem sei se todo mundo tinha telefone por estas bandas há meio século. Mas o fato é que havia, sim, a entrega de carne ‘delivery’ nas casas. Isso mesmo!
Se hoje quase que nem temos açougues, tudo está nos supermercados, e muitos nem vendem pela internet, imagine você que há meio século as pessoas compravam carne e recebiam em casa!
Sei que a esta altura do campeonato (ou da coluna), você deve estar pensando: mas o cara está de brincadeira! Não estou!
É claro que estou ‘floreando’ o assunto, mas o fato é que há meio século as pessoas compravam carne e, em sextas, o açougueiro e suas filhas colocavam a carne em bandejas pequenas e a bordo de um carretão de mulas, saiam entregando nas casas. Acredite, esta parte não tem ‘floreio’ e não tem brincadeira, é verdade!
Esta parte da nossa história, que poucos contam, surgiu em uma conversa com o Paulo Schaumloeffel. E que história bonita! Uma hora destas a gente amplia o assunto!
Mas imagine você, voltar no tempo há 50 ou 60 anos, e ver a Dois Irmãos da época com o açougue ali perto do museu, que foi por um tempo dos Hoffmeister.
Imagine na época, o dono do açougue colocar as carnes em uma carreta de mulas e ir acompanhado de suas filhas fazendo entrega nas casas. As pessoas deixavam seus pedidos anteriormente, ou pediam mais ou menos sempre as mesmas coisas, aí nas sextas lá ia a ‘tele-entrega’ levar as carnes casa por casa, em Baumschneiss, seguindo pelo Vila Rosa e Rübenich.
ME CORRIJAM
Não quero errar, mas, é bem provável que naquela época a carne era dividida apenas em carne de segunda e de primeira. Sou capaz de apostar que naquela época não tinha esta frescura de hoje, onde o boi em mil partes, picanha, agulha, costela e tudo mais. Afora os cortes ‘moderninhos’ como ‘prime rib’, ‘T-bone’, ‘short rib’. Era assim ou não?
Esta parte é só uma brincadeira, vai dizer que um corte deste não é bom?
O que tu acha? Arrisca aí…
Quem não gosta de uma agulha na panela de ferro no fogão a lenha?
Aposto que tu pensou que falaria da picanha ou do ‘short rib’. Te peguei!
Mas, voltando a falar sério, as filhas certamente lembram com saudades destes tempos. Até porque no fim do roteiro, ganhavam um sorvete seco de um armazém que não existe mais, que era a alegria do passeio. Que história!
É claro que este não é um registro histórico, o objetivo é homenagear quem viveu esta saudosa época. Isso, sim, precisa ser registrado nos nossos livros! E também serve como alfinetada a ‘turma do mimimi’, que acha o trabalho de hoje em dia pesado ou estressante! Quem faria, hoje, o que se fazia há 50 anos?
– Por fim, a mensagem positiva do dia, de Honoré de Balzac: “Não existem grandes talentos, sem grande vontade”.