Conecte-se conosco

Destaques

Herval: a lida do colono não é fácil, mas os resultados compensam

23/07/2021 - 18h58min

Atualizada em 28/07/2021 - 10h57min

Todas as quartas e sextas a produção é levada para a Ceasa (FOTO: Cleiton Zimer)

Por Cleiton Zimer

Santa Maria do Herval – Pedrinho Zahler, o Pit, nasceu e cresceu na localidade de Morro dos Bugres Baixo. Ainda hoje mora na mesma casa, no alto do vale, onde cresceu com seu pai, sua mãe e os outros cinco irmãos. Em outubro vai completar 61 anos e, nesse período, sempre trabalhou na roça, função através da qual se aposentou no final do ano passado. Mas, mesmo assim, continua na lida e garante que não vai parar tão cedo.

Ele mora na casa na companhia de um sobrinho. Na roça, ele e o irmão Márcio plantam verduras e produzem feijão. Tudo o que colhem é levado semanalmente para a Ceasa em Novo Hamburgo, onde compartilham um box com outro produtor.

Antigamente também plantavam batatas, entretanto, como o custo para cultivar a variedade ficou muito elevado, contra uma contrapartida negativa do preço final, optaram por abandonar a produção há cerca de dez anos e trabalhar com foco no que realmente traz rentabilidade e segurança independentemente da época do ano.

Pit conta que tudo também está mais fácil do que antigamente. Enquanto lidavam com carroça e bois há alguns anos, hoje trabalham com trator e implementos agrícolas que permitem mais agilidade na produção, da mesma forma como proporcionam condições de plantio e colheita em escala maior do que se fosse pelo processo manual.

Vão à Ceasa todas as quartas e sextas-feiras. Para isso, contam com um caminhão. Nele carregam a todo o trabalho da semana, que nunca para.

Hoje, o trabalho na roça é facilitado pelo maquinário e implementos (FOTO: Cleiton ZImer)

Gostar do que se faz

Pit diz que gosta, sobretudo, de trabalhar com a terra. “As vezes, quando chove, chego a ficar triste por não poder sair e ir para a roça. Fico com tédio”. Conta que nem sempre é fácil, que têm perdas e que por vezes o trabalho é pesado. Mas, o resultado final sempre satisfaz.

 Só entrou uma vez na fábrica

Conta que certa vez, em um baile que tinha na localidade de Padre Eterno Baixo, seu irmão que era guarda em uma fábrica de calçados o levou para conhecer o interior da indústria na qual trabalhava. “Essa foi a primeira e última vez que entrei numa fábrica”, revela, sorrindo, orgulhoso por ter escolhido o ofício de colono.

Além da roça, também cria porcos e mantém uma vaca leiteira. Mas, isso não é para vender. Apenas para consumo próprio, por saber a qualidade da carne e do leite que está consumindo.

Ele é solteiro e não tem filhos. Garante que a vida assim está muito boa e não quer mudar.

Conteúdo EXCLUSIVO para assinantes

Faça sua assinatura digital e tenha acesso ilimitado ao site.