Picada Café – Agricultor aposta na gestão da propriedade para ampliar produção de leite em Quatro Cantos

Picada Café – Maria, Lola, Princesa, Lara, Branca. Estes são os nomes de algumas das vacas de leite da propriedade do casal Sérgio Jung, 57 anos e Marisa Beatriz, 48, na localidade de Quatro Cantos, em Picada Café. Desde criança Sérgio convive com a lida na agricultura, quando ajudava o pai, Quirino Jung, já falecido. Seu pai tinha algumas poucas vacas de leite e comercializava no varejo as verduras que plantava, como repolho, couve-flor, alface, brócoli e rabanete, entre outras. Ainda jovem, há cerca de 40 anos, Sérgio deixou a agricultura para conhecer o trabalho em fábrica. Por duas semanas ele foi funcionário de um curtume local, mas voltou às origens e hoje é criador de gado de leite.

AUXÍLIO DA ESPOSA E AJUDA DA MÃE
A atividade é administrada por ele com auxílio da esposa e o apoio da mãe, a professora aposentada, Irmgard, que lecionou na localidade por cerca de 20 anos. Com um plantel de 10 vacas de leite, entre outras que atualmente não estão produzindo, hoje ele tem uma produção diária de 200 litros de leite que são comercializados com uma indústria da serra. Desde o tempo em que seu pai administrava a propriedade, muita coisa mudou. Só não mudou o amor da família pelos animais, que se reflete na produtividade e no comportamento do gado cada vez que eles se aproximam. O carinho do casal se estende para os 15 cães que adotaram, alguns abandonados próximos da residência e outros trazidos por amigos e vizinhos que sabem do amor deles pelos animais. Até os cachorros têm nomes próprios e atendem sempre que chamados. O ambiente simples ganha ares de nobreza quando se observa a riqueza do relacionamento entre os agricultores e sua criação.

Novo jeito de administrar
Hoje mudou também o jeito de administrar a propriedade. Em parceira com o Senar, por recomendação do Sindicato Rural local, os agricultores participam de um projeto de gerenciamento e assistência técnica da propriedade. Diariamente um veterinário visita a propriedade e gerencia os dados referentes a nutrição, volume de produção, vacinas e cuidados sanitários, entre outros. “O objetivo é fazer gestão dentro da propriedade rural”, explica o veterinário, Rafael Mielke.

“A atividade evoluiu bastante. Antigamente a produção era de 70 litros por dia e hoje, com as mesmas 10 vacas de leite, a produção é de 200 litros diariamente. A meta é avançar a curto prazo para 300 litros por dia”, aponta o agricultor. Segundo Sérgio, antes do gerenciamento da produção, em agosto do ano passado, a média era de 16 litros de leite/dia por cada animal. Hoje já são 20 litros por dia. Sérgio conhece bem as dificuldades da atividade, mas diz que é um trabalho prazeroso. Sua rotina começa logo cedo, antes mesmo do clarear do dia, e só termina na noite. Mas ele tem flexibilidade de horário e não se cansa de fazer o que gosta.

Diz que ser colono é motivo de orgulho e que a data deve ser comemorada. “Se não fossem os colonos, como o pessoal da cidade viveria? Se parássemos de trabalhar por um mês, sem fornecer nada, como seria?”, diz.