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Diário da 3ª Idade: morador de 86 anos herda do avô a arte de fazer cestos de vime

10/08/2021 - 09h53min

Atualizada em 10/08/2021 - 09h54min

São José do Hortêncio – Sigfried Arend, 86 anos, nasceu no município de Feliz, mas como perdeu a mãe muito cedo, aos seis anos, o pai Aloisio Arend, permitiu que ele viesse morar em Hortêncio com o tio Reinoldo Spindler e a esposa, que não tinham filhos.
Ele a esposa Isolde completaram 65 anos de casados no dia 8 de julho deste ano.O casal é fundador do Grupo da Terceira Idade Blumenstrauss, junto com um grupo de amigos. Eles Tiveram cinco filhos: Ricardo (em memória), Vitor, Jorge, Lisete e Valdir. Netos são cinco ao todo. Quem segue as atividades na propriedade é Vítor, o mais velho.
“O meu pai era muito pobre e, aos seis anos, perdi a minha mãe, e éramos entre quatro irmãos. Então eu vim para São José do Hortêncio para morar com o meu tio Reinoldo, que me criou como se fosse filho dele”, destaca o morador. Depois, quando os tios ficaram idosos, ele e a esposa cuidaram deles.

Entre os fundadores do Blumenstrauss

Ainda está fresco na memória de Siegfried o fato de que ele e a esposa estavam entre os fundadores do Grupo da Terceira Idade Blumenstrauss.
“A gente fundou o grupo em 15 de abril de 1992, junto com a Hilma Trein, Anselmo Petry, Lori Kiefer, Celina Becker, e outros e tínhamos encontros a cada segunda-feira do mês”, explica Sigfried. Também acontecia o Baile de Aniversário do grupo e um outro baile em setembro, e os bailes sempre ocorriam no sábado à noite.
O primeiro presidente foi Anselmo Petry e, na sequência, Siegfried assumiu essa função de estar à frente do Blumenstrauss e ficou dez anos como presidente. Sempre havia dinheiro para pagar os ônibus que levavam os integrantes nos passeios.
Foram feitas visitas a grupos de Ivoti, Estância Velha, Dois Irmãos, Picada Café, Nova Petrópolis, Bom Princípio, Campo Bom, Igrejinha, entre outros municípios próximos.

Corais

Entre as atividades, Sigfried foi tenor do Coral Municipal, Coral São Jacob, Coral da Igreja Evangélica de São José do Hortêncio (IECLB) e Coral da Terceira Idade.

A produção agrícola era de subsistência

Antigamente a propriedade, de 33 hectares, tinha algumas vacas de leite e criação de porcos, mas eram cultivados na propriedade milho, feijão e arroz para a subsistência familiar.
Atualmente é plantado aipim, batata-doce, laranja e bergamota. Houve o tempo em que os produtos eram levados por Sigfried e Vitor até a Ceasa, na década de 1980. O primeiro veículo adquirido foi uma Kombi, mas a família também já teve caminhões. Hoje, outros produtores levam o resultado das colheitas para Porto Alegre.

Fazer cestos de vime é uma herança do avô

Belos e diferentes cestos de vime saem das mãos habilidosas de Sigfried. “Eu aprendi a fazer os cestos com o meu avô Frederico Arend, que fazia cestos de todos os tamanhos possíveis. É um serviço que amei e ainda amo fazer, mas a minha visão já não me permite mais”, afirma o idoso.
“Há anos eu saia para vender o meu trabalho, mas hoje todos sabem o que eu faço, e são cestos bem fortes, então vêm buscar aqui em casa”, conta ele, que reside no final da rua 34, entre a Prefeitura e a fábrica de óleos.
O vime está à disposição a partir de junho. “É neste período que ele está maduro”, conta o morador. Os produtos são utilizados para colocar ovos, frutas, colocar roupas sujas, mas também trazer pasto, milho, feijão e aipim da roça, entre outras utilidades.
Um cesto pequeno leva cerca de uma hora para ficar pronto, mas os maiores levam até meio dia, e quando vai tampa, às vezes conclui essa peça no dia seguinte. O custo vaira entre R$ 15 e R$ 100. Se alguém quiser fazer uma encomenda, basta ligar para a filha de Sigfried, Lisete: (51) 995.775.984.

 

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