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O dia em que a cidra salvou uma vida; crônica do padre Paulo Wendling

13/08/2021 - 17h10min

*Crônica do Padre Paulo Wendling 

“Era domingo, 18 de julho, e eu me encontrava no Vale Esquerdo, em Dois Irmãos, almoçando na casa da minha irmã com parte de nossa família. Ao meio-dia chegou até nós a notícia do desaparecimento do vizinho: Paulo Back Zimmermann. Nesse momento, os portadores da notícia nos pediram para que verificássemos a câmera de vigilância, a fim de saber se ele havia cruzado ou não por aquela rua. Logo informamos que ele não havia passado por ali.

Após o almoço, eu já estava de saída, quando lembrei da cidra, que é o meu doce preferido. Perguntei à minha irmã se ainda havia alguma no seu pomar, e ela confirmou que sim. Então pedi que as enviasse, por intermédio do meu irmão, na terça-feira.

Na segunda-feira, seguiram as buscas pelo vizinho desaparecido. Infelizmente nenhum vestígio foi encontrado.

Nesse mesmo dia, após o almoço, meu cunhado e minha irmã foram ao pomar buscar bergamotas. Apanharam o suficiente, e enquanto ele as foi levando para casa, minha irmã disse: “Eu agora vou apanhar as cidras para o Padre Paulo”.

Haviam três pés carregados. Ela escolheu o do fundo, pois era onde estavam as mais bonitas. Com as frutas num saco, ela escorregou, de leve, numa palha de milho, e, nesse momento, viu algo estranho debaixo de uma árvore, ao lado desse pé de cidra. Ela se aproximou, para olhar mais de perto, então percebeu que tratava-se de uma pessoa, ainda com sinais de vida. Foi imediatamente buscar socorro e logo em seguida, polícia, bombeiros, imprensa e familiares estavam no local. Então o vizinho desaparecido foi resgatado e levado ao hospital para ser tratado, pois estava inconsciente e com hipotermia devido ao frio. Ele também apresentava lesões pelo corpo, que foram provocadas pelas folhas da cana-de-açúcar, pelas quais ele passou.

No domingo seguinte, dia 25, minha irmã fez questão de levar-me até o local onde o encontrou e disse-me:  “Se eu não fosse apanhar as cidras para você, não teríamos encontrado “seu” Paulo com vida. Foi Deus que me fez escorregar, depois de apanhar as cidras, para que o encontrasse”.

REFLEXÃO

Diante desse acontecimento, eu refleti: naquele domingo em que pedi as cidras, Deus reservou esta surpresa. Foi o dia em que a cidra salvou a vida do seu Paulo Back Zimmermann.

Bendito o dia, ainda na infância, em que Deus me fez gostar de saborear o doce de cidra. Além disso, também me proporcionou a oportunidade de aprender a fazê-lo. Deus age na história através de seus filhos, que são chamados constantemente a cuidarem uns dos outros.

 

*Texto de autoria do Padre Paulo Wendling

**Publicação Mauri Marcelo Toni Dandel

 

Pé de cidra da família Wendling, você conhece? (acima)

 

Cidra com mais de 3kg: a maior cidra que a irmã do padre já viu (abaixo)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Padre Paulo com sua irmã Maria Lucia Wendling Feiten (com a cidra) e Paulo Zimmermann (com o doce feito com as cidras)

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