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Polícia investiga novas denúncias de abuso sexual em creche clandestina de Lucena
Presidente Lucena – A prisão do empresário de 27 anos, acusado de ter cometido abusos sexuais contra uma criança de quatro anos, na metade do mês de janeiro, ganhou novos elementos. A Polícia Civil recebeu duas outras denúncias de crimes do gênero cometidos no espaço clandestino, em que as crianças eram cuidadas pelos pais do suspeito, sem alvará de funcionamento.
Respondendo pela Delegacia de Ivoti, a delegada Raquel Peixoto, relata que as suspeitas foram informadas pelas famílias das vítimas. “Os fatos são difíceis de serem comprovados, uma vez que são crianças muito pequenas, que não podem prestar depoimento”.
A materialidade dos fatos também é prejudicada, por não ter havido flagrante. “Eles teriam acontecido na mesma época da prisão, já faz algum tempo e, por se tratar de abuso, não ficam vestígios ou resíduos como em um ato sexual”, explica a delegada.
Empresário segue preso
O inquérito policial que apura o primeiro fato foi concluído e remetido à Justiça. Mesmo com diversas alegações de amigos e familiares do jovem, que defendem a inocência dele, a Polícia Civil ressalta que as provas são contundentes. “Ele é o único suspeito. Não teve nada infundado na denúncia, tanto que todos os procedimentos e a prisão foram mantidos pelo juiz. Se houvesse qualquer dúvida, ele seguiria preso”, afirma Peixoto.
Sobre a suposta fuga dos familiares do preso, a delegada diz que a história não é essa: “Nós sabemos onde eles estão e mantemos o contato. A mudança foi feita para que pudessem se resguardar, já que moravam há apenas três anos e não tinha nenhum vínculo na cidade”.
Prefeitura sabia do espaço
Responsável pelo setor que faz a homologação e fiscalização das empresas, o secretário da Fazenda, Planejamento e Administração, César Karling, relata que a prefeitura já averiguava o funcionamento do espaço. “Tínhamos recebido a denúncia da existência de uma creche clandestina, mas concluímos que se tratava de uma mãe crecheira. Porém, em razão desta suspeita de abuso, eles fecharam as portas e o caso foi encerrado”.
Ele explica também que, por não se tratar de uma escola, mas de um espaço familiar onde as crianças eram cuidadas, seria necessário um estudo. “Hoje não temos nenhuma legislação municipal que regulamente o funcionamento deste tipo de local (mãe crecheira). Teríamos que ver se há alguma norma estadual ou federal”, reforça.
Relembre o caso
A prisão foi realizada pela Brigada Militar no dia 12 de janeiro. O preso foi acusado de abusar sexualmente uma menina de quatro anos, que era cuidada na casa dos seus pais, no Centro do município.
Naquela data a mãe da criança teria notado um comportamento estranho na filha e, ao examiná-la, percebeu sangue nas partes íntimas. Questionada, informou que o jovem havia “colocado o dedo” nela. Diante das provas e depoimentos, o acusado foi preso em flagrante.
Comunidade revoltada
A casa onde aconteceram os supostos abusos pertencia à mãe do acusado. Depois da situação, o local foi totalmente fechado. Apesar do teor das denúncias e do inquérito policial, parte da comunidade ficou revoltada com a prisão. Amigos e conhecidos fizeram um abaixo-assinado. Há mais de 30 anos a família cuidava de crianças e nunca havia ocorrido qualquer tipo de situação parecida.