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Coluna Vovôfit

Vovôfit:

13/10/2021 - 05h50min

Atualizada em 13/10/2021 - 09h37min

Raul Petry – [email protected]

 

Convenhamos, não é coisa para velho! Tenho vários assuntos para abordar, mas vou me ater a apenas um. Aquele que mais mexeu comigo, que me trouxe ao mesmo tempo paz e uma espécie de êxtase, mas também, na mesma medida, medo, muito medo. É que o tempo estava fechado e não chovia. Fomos no começo da tarde para Canela à procura de uma cascata chamada Gavião Faiado. Não sabíamos onde era, só sabíamos que teríamos que praticar aquatrekking, que é bem pior no mundo real do que o nome deixa transparecer. Esse negócio aí, de andar pelo rio, é terrível, você não sabe onde pisa e todo cuidado é pouco.

Quem se lança a fazer o papel de “aventureiro”, com o objetivo de exercitar o corpo e a mente junto a natureza, é surpreendido a toda hora. Certo dia cruzamos com duas cobras atravessando a estrada na nossa frente. Vocês já ouviram o rugido de bugios, os macacos que habitam as nossas matas? Provocam um estrondo como se fossem mil deles. No entanto, nada parecido com o fato de você entrar num rio e andar por ele rumo ao completo desconhecido. Em Canela tem uma cascata chamada Gavião Faiado e ela é quase inacessível. Não é tarefa para qualquer um chegar até ela. Andamos duas horas até entrar num canyon, como se fosse uma fenda aberta na terra, onde só havia espaço para passar o rio numa largura de cerca de 5 metros no máximo. Às vezes menos.

Foram 500 metros fenda a dentro em busca da Gavião Faiado. Entrar num lugar daqueles, sem saber o que tinha atrás de dois paredões que esmagavam até os pensamentos, foi desafiador. É preciso muita coragem e a pessoa tem que ter um espírito aventureiro. Enfim chegamos na cascata, estava quase escurecendo e nem se via o céu por causa das copas das árvores. Passou por minha cabeça a possibilidade de uma tromba d´água e aí estaríamos definitivamente em risco. Para encher a fenda não levaria mais de meia hora e para sair leva uma hora. Queira ou não, o coração se acelerou. Balanço: valeu a pena, simplesmente uma experiência inesquecível. Dessas de não esquecer tão cedo.

 

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