A outra é se debruçar sobre o orçamento e começar a mexer nele

De um modo geral as Secretarias de Obras das Prefeituras, que antes englobavam Obras na verdadeira acepção da palavra, se restringem a manutenção das vias públicas. Elas fazem recolhimento de entulhos – aqui em Ivoti nem isso está sendo feito – roçadas, capina, manutenção das estradas e mais um pouco. Obras mesmo, nada. Antigamente era a Secretaria que tinha o maior orçamento. Hoje em dia isto está longe de ser verdade. Hoje quem tem o maior orçamento é a Educação, embora o número de alunos matriculados nas escolas municipais diminua a cada ano. Se antes um casal tinha em média quatro filhos, hoje tem apenas um ou dois no máximo. Isto se reflete diretamente na matrícula de alunos no ensino fundamental. Se hoje o orçamento da Secretaria de Obras não passa de 10%, a Educação roça os 40%. Dez por cento é muito pouco e 40% é demais. As duas Secretarias tinham que ter no mínimo o mesmo orçamento, de 25%. O ideal seria reduzir o orçamento da educação para 25% e aumentar o das Obras para 25% também. Reduzir o orçamento da Educação não quer dizer diminuir a qualidade de ensino, e sim, apenas racionalizar o ensino. A relação número de professores/funcionários por aluno é extremamente baixa. E a Secretaria de Obras tem que começar a fazer obras, ou ao menos supervisionar.

PULA-PULA

Está aí uma boa razão para um vereador preocupado com a buraqueira nas ruas, preocupado com a falta de obras pela cidade, fazer uma lei que exija que o Executivo destine no mínimo 25% do orçamento para a Secretaria de Obras. A lei obriga os Municípios investirem 25% na educação. Vamos fazer uma lei que obrigue o Município a investir no mínimo 25% em obras. Vamos lá vereadores, mexam-se porque a cidade precisa muito da ação da Prefeitura para ficar bonita e o povo poder transitar com mais conforto. Hoje em dia você circula por aí e fica dentro do carro que nem aquelas crianças nos parques de diversas brincam naquele equipamento chamado pula-pula.

NOVO ENDEREÇO

Na verdade, o novo endereço da Secretaria de Obras dos Municípios é no Congresso Nacional. O que se vê de obras por Ivoti tem como origem o dinheiro de Brasília, através de emendas parlamentares. Os prefeitos nem se preocupam mais em financiar obras e simplesmente alegam que não tem dinheiro. O povo tem que começar a exigir a mudança. Se qualquer morador olhar para as últimas obras feitas em Ivoti verá que nenhuma foi financiada pela Prefeitura, que entrou no mínimo com uma contrapartida de 15 a 20%. O posto de saúde do bairro Concórdia, por exemplo. Dinheiro de Brasília. A creche do bairro Bom Pastor. Dinheiro de Brasília. O asfalto para 48 Alta. Dinheiro de Brasília. A revitalização do centro de Ivoti. Dinheiro de Brasília. É bom que nos lembremos que não há dinheiro de Brasília. É dinheiro nosso que nos levam daqui.

PODE?

É possível que tenhamos chegado a tal grau de desvio de função que todo o dinheiro da Prefeitura seja absorvido pela máquina pública, plano de aposentadoria e outras cositas más? Foi possível. O que temos que fazer é sair desta enrascada em que nos metemos. Uma das saídas é recuperarmos os 40% do PIB que foi perdido nos últimos 20 anos. A outra é se debruçar sobre o orçamento e começar e mexer nele, de sorte que as secretarias super aquinhoadas percam parte do orçamento para a Secretaria de Obras. O que o povo quer ver é uma rua ou avenida sendo duplicada em Ivoti. A Castro Alves, por exemplo. Existe???