Colunistas
A queda na arrecadação de ICMS em 42% nos últimos dez anos mostra a realidade de Picada Café
A crise do calçado, aliado a crise no país onde a população é amedrontada diariamente, o que faz com que a economia não reaja, afetando outros importantes setores como a fabricação de móveis, fez despencar a arrecadação. Isso se previa, afinal, os governos vinham falando nessa possibilidade e ela está aí hoje.
SEM CORTES
Apesar de estar arrecadando menos com o ICMS o Município mantém aquela básica de não fazer cortes em áreas como saúde e educação. Isso porque a população está acostumada e não quer nem pensar em ficar sem o Posto 24 Horas e o Turno Integral.
VIVER COM ELA
A queda na arrecadação era prevista e os governos fizeram o básico, que é se adaptar e viver com ela. Claro, houve falhas graves por não se trabalhar em busca de novas empresas, de outros setores da economia, para suprir esta perda. A última empresa que se instalou em Picada Café foi o abatedouro de frangos. Sim, estamos falando de mais de dez anos. Nesse período os governos passaram desapercebidos e esperando que alguma empresa caísse do céu.
TURISMO
Há uns anos um empresário do calçado previa essa crise e alertava da necessidade de diversificação da economia. Mas alguns políticos afirmaram que estavam investindo no turismo e esse iria suprir a perda de ICMS. Sério gente? O turismo que anda a passos de lesma vai precisar uns 30 anos para ser forte e agregar a economia. E tem gente que sonhava que a curto prazo a cidade poderia gerar imposto. Até gera, mas tão cedo não vai suprir o que representa calçado e móveis na arrecadação.
INCENTIVO
O Poder Público fez uma publicação onde estuda possibilidades de ceder incentivos para fomentar as indústrias e o comércio. O programa está em fase de estudo, mas deve ser implantado ainda este mês. É uma iniciativa importante. Resta saber o que ele vai trazer. Em dezembro os vereadores recebem o projeto para ser debatido e votado.
GATO POR LEBRE
O que o município está é se precavendo é para não comprar gato por lebre. Me refirmo a implantação do abatedouro de frangos que teve R$ milhões de apoio e incentivos e a empresa não durou mais de dois anos… Não se sabe quanto o Município ajudou em incentivos e serviços, mas foi investimento alto para pouco tempo que a empresa trabalhou.
REVER
O Município deve rever porque tantas empresas daqui se instalaram em outras cidades. A Família Reder é uma que queria abrir fábrica de móveis e, sem apoio, foi a Presidente Lucena. Havia uma empresa de carteiras e cintos que chegou a abrir fábrica no Bairro Alto da Colina, mas por ser uma área residencial nunca obteve o aval e a documentação. Não se pode perder empresas por pouco. Se era zona residencial, porque não se mudou para zona industrial? Temos exemplos onde houve a alteração. Uma delas é a região da Agroindustria e da Cervejaria Steinhaus, no Bairro Floresta. O que está acontecendo hoje com a queda de arrecadação de ICMS deve servir de exemplo para que nossos erros não se repitam. Enquanto aqui se complica, os prefeitos vizinhos batem palma. Não é a toa que nós estamos afundando na arrecadação e eles alavancando a sua.