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Alô parlamentares…

02/05/2019 - 11h00min

Atualizada em 02/05/2019 - 11h00min

Ontem foi o dia do trabalho, celebrado em grande parte do mundo como o dia consagrado ao trabalho. A data foi escolhida depois de greve que aconteceu em Chicago, onde os trabalhadores se rebelaram contra a jornada de trabalho, que chegava até a 17 horas diárias. Mais tarde ela viria a ser fixada em um máximo de 8 horas. A data é celebrada em quase todo o mundo. No entanto, em muitos países não é feriado. Por aqui é feriado para valer. Ninguém trabalha por aqui em respeito ao dia do trabalho. Os únicos que trabalham são os proprietários de pequenos negócios e muitos pedreiros. Tem várias obras na cidade onde se podia ver pedreiros trabalhando. Jardineiros também trabalharam. Vi um sujeito cortando grama e arrumando o jardim de uma casa. De resto tudo fechado. Até os grandes supermercados, que abrem até em domingos, estavam todos fechados no dia de ontem.

OUTRA QUESTÃO

A questão não é o dia do trabalho. O que faz do Brasil um atraso nas relações de trabalho é a CLT, que data da década de 40. Nem a mini reforma trabalhista tocou no assunto da liberdade para trabalhar. Aqui no Brasil muitas categorias não tem o direito de trabalhar quando querem. O trabalhador destas categorias, mesmo que queira trabalhar num domingo, por exemplo, é impedido de trabalhar. E ninguém acaba com esta jabuticaba brasileira. Eu não entendo porque os táxis podem trabalhar, os trabalhadores do Uber, os jogadores de futebol e todo o entorno. Para abrir um estádio de futebol nos domingos, de noite, em sábados, feriados, ou qualquer outro dia, são necessários muitos trabalhadores, desde os garçons nos bares, seguranças, radialistas, arbitragem e tantos outros. Os hospitais também não podem fechar, nem os médicos que precisam fazer plantão. Tampouco os motoristas de ônibus ou trens. Todos trabalham em domingos por sua livre e espontânea vontade. Assim como os caminhoneiros, que não perguntam para ninguém quando saem de viagem. Mas os comerciários, por exemplo, não podem. Só se houver acordo entre os patrões e os caciques dos sindicatos. Alô parlamentares, acabem com esta jabuticaba de uma vez por todas.

CÚMULO

Outro dia abriu uma loja em Ivoti de uma rede de fora. Eles marcaram a data da abertura da loja num dia em que era feriado municipal e não sabiam. Quando chegou perto da data da abertura se deram conta do detalhe. Mesmo assim resolveram manter a data da abertura da loja no feriado. Na véspera veio uma ordem judicial alertando a rede de lojas da proibição de trabalhar no feriado sob pena do pagamento de um multa que não era pequena. O gerente da loja perguntou para os trabalhadores, que eram cerca de 10, o que eles achavam. Todos queriam trabalhar e teve uma garota que chegou a chorar porque não poderia eventualmente trabalhar no feriado.

LIBERDADE

Está na hora de parar com esta história no Brasil de que o Estado sabe o que é melhor para o cidadão do que ele próprio. Cada um tem que ser livre para escolher a vida que quer, a profissão que quer. Não precisa ninguém dizer para nós o que queremos, como se os políticos que fazem as leis soubessem melhor o que queremos do que nós mesmos.

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