Colunistas
Beneficiários diretos e indiretos
O presidente da República prometeu na campanha que uma das mediadas que ia tomar seria o fim da “indústria da multa” que existe de fato no Brasil. Desde que descobriram que encher as estradas de pardais ia dar muito dinheiro para quem está no esquema, não pararam mais de botar pardais até no meio do mato onde não mora um único vivente. Vale tudo para faturar. Depois que Bolsonaro determinou que se cancele cerca de 8 mil pardais novos que estavam na fôrma para serem colocados, os interesses entraram em ação e vão fazer de tudo para não dar chance para que o fim dos pardais se torne realidade. Há muitos interesses em jogo. Até na Justiça já entraram para não deixar a retirada dos pardais.
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O que é certo tem que permanecer como está. Por exemplo, uma lombada eletrônica na frente de escola ou hospital tem sua razão de ser. Não se mexe nisso aí. O resto é só para dar dinheiro aos fabricantes desses equipamentos. Espalham um monte de pardais por aí só para meter a mão no nosso bolso. É a indústria da multa. Assim como tem a indústria da placa. Está aí a famigerada placa do Mercosul. Tanto para manter os pardais quanto para impedir a placa do Mercosul, entram em campo a turma do deixa assim. Caso contrário muitos vão deixar de ganhar dinheiro.
ACIDENTES
A turma que quer manter os pardais apresentou um estudo que provaria de que os pardais diminuíram o número de acidentes. É de dar gargalhada. Oito mil pardais no Brasil inteiro e nas estradas federais é a mesma coisa que um grão de areia no deserto. O que realmente diminuiu o número de mortes no trânsito foi o endurecimento da legislação. Poucos ainda se arriscam a dirigir bêbados. Se o sujeito tiver um pouco de azar acaba até na cadeia. Cair numa simples blitz com dois copos de cerveja na lata já dá uma tremenda complicação e até perda da carteira de motorista por um ano, afora multas extremamente altas.
PREGAÇÃO
Foi isto que afirmo há muito tempo aqui neste espaço. Tem que aumentar as multas e não encher as estradas de pardais e as cidades de quebra-molas. Quem tem que ser penalizado é o mau motorista e mais ninguém. Quebra-molas são um estorvo para todo mundo. Aqueles que não se comportam no trânsito tem que pagar por isso. E caro. Foi só melhorar um pouco a legislação, metendo a mão no bolso dos maus motoristas, que as mortes no trânsito diminuíram um bocado. Mas nunca por causa de pardais ou quebra-molas. Esses aí só resolvem o problema num raio de 100 metros donde estão instalados. Deve abranger 0,01% das ruas e estradas do país. Faz diferença? O que faz diferença é o endurecimento da legislação, metendo a mão no bolso dos maus motoristas e botando na cadeia quem comete infração grave como acidente estando embriagado por exemplo. Isto, sim, diminui os acidentes de trânsito. O resto são estudos que só interessem aos políticos, que são os beneficiários diretos e indiretos da indústria das multas.