Coluna Dois Irmãos

Começo de Conversa: a despedida de Dulce Lottermann e a coexistência em “água e óleo” da saúde e da economia em meio à pandemia

17/03/2021 - 08h17min

Por Cleiton Zimer

Despedida

Ontem Dois Irmãos se despediu de Dulce Maria Lottermann. Sua partida enlutou a cidade e a região, pois muito fez pelos moradores ao longo da sua vida terrena. Todos sabem da pessoa que foi, da profissional competente; ela deixa um legado muito especial para todos nós com seu trabalho voluntário e a dedicação ao próximo: de que o pouco de muitos pode e fará uma grande diferença no mundo.

35

Desde o início da pandemia 35 pessoas morreram em decorrência da Covid-19. Outros 24 moradores estão internados e mais 164 estão isolados. A taxa de ocupação no Hospital São José está em 255,6%, conforme os dados do Estado. Isso é crítico. É alarmante. Em um ano nada melhorou, está piorando. Cuide-se, cuide dos seus.

2.023

Ao mesmo tempo, 2.023 pessoas se recuperam aqui em Dois Irmãos. Isso é ótimo, maravilhoso, uma benção. Mas infelizmente em um cenário de guerra, como o qual nós estamos, pesa muito mais o número de soldados que perderam suas vidas na batalha, que não voltarão a ver seus filhos, seus cônjuges, seus pais, amigos. Fico muito feliz por aqueles que voltaram, mas a dor daqueles que partiram precocemente é maior.

Diante disso

Agora, qual o sentimento daqueles que, diante disso, precisam tomar decisões que afetarão a vida de todos nós? Como está a cabeça dos chefes do Executivo, do Estado e do País? De um lado as pessoas clamando pela reabertura das atividades, pois todo mundo precisa, de fato, garantir seu sustento. Do outro, vítimas morrendo por conta de um vírus maldito que se propaga cada vez mais rápido. Como mensurar isso? Como equilibrar? Como dormir? No ano passado, quando os números baixaram, teve uma queda nas restrições para o retorno gradual. Ao que tudo indica, não deu muito certo. Por que? E o que faremos daqui por diante? Quando faremos?

Água e óleo

O fato é que quem quer que esteja lá, ocupando esses cargos, está porquê a população os escolheu para gerenciar tanto nos tempos de boas venturas quanto nos de calamidades. Não podemos, dessa forma, depois de um ano, ver a saúde e a economia sendo como “água e óleo”, sem se misturar e coexistir. A realidade, agora, é essa. Ela não vai passar amanhã ou depois.

Por isso, positividade

Sim, o cenário é complicado, mas diante disso ser positivo faz toda a diferença. E isso não significa ser descuidado, mas encarar a situação como de fato ela é. Afinal, só é feliz quem encara a realidade e não se esconde sobre seus infortúnios. Sorrir para a vida torna tudo melhor, o coração e alma agradecem e isso faz toda a diferença. Ao menos por hoje sejamos gratos. Que saibamos agradecer por termos acordado, tomado café da manhã, termos família, termos trabalho, termos saúde. Agradeçamos também por termos problemas, dificuldades, pois só passa por isso quem está aqui, quem está vivo. A vida é um presente e ela é breve, muito breve; que saibamos desfrutá-la e admirá-la em todo seu teor.

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