Coluna Nova Petrópolis
Nova Petrópolis: prioritários, não é questão de merecimento, 169 mortes, cem dias de governo – educação e avaliação
Raul Petry – [email protected]
PRIORITÁRIOS
Na última terça-feira, entidades ligadas ao jornalismo entregaram ao Governo do Estado um documento pedindo a inclusão dessa classe profissional nos grupos prioritários da vacinação contra a Covid-19. Diversas classes estão fazendo a mesma coisa e eu não vou citar nenhum outro exemplo para não arrumar uma briga gratuita. Sim, porque se você contestar esse tipo de movimento, certamente virará alvo da fúria de uma dessas corporações. Mas como agora estamos falando de jornalistas, a nossa própria classe, podemos opinar com mais tranquilidade.
NÃO É QUESTÃO DE MERECIMENTO
Os jornalistas merecem ser vacinados? Claro que merecem! Eles prestam um serviço essencial, que é a busca por informações, e são ainda mais relevantes durante a pandemia. O seu ofício muitas vezes os obriga a ir às ruas, conversar com pessoas. Ou seja, ao encontro do coronavírus. Eu gostaria muito de dar hoje mesmo um par de vacinas para cada jornalista e para os demais funcionários do Diário. Ocorre que a vacina contra a Covid-19 é um recurso extremamente escasso, que na prática sequer está disponível no mercado. Por isso que são estabelecidos os grupos prioritários, dentro dos quais temos o exemplo dos idosos, que ainda não foram vacinados em sua totalidade. Depois virão os doentes, como as pessoas que se recuperam de câncer ou que passaram por um transplante de órgãos. As dezenas ou centenas de corporações que tentam se incluir nos grupos prioritários querem deixar idosos ou doentes esperando mais ainda?
169 MORTES
De acordo com as entidades que pediram a inclusão dos jornalistas nos grupos prioritários no RS, o Brasil já teve 169 mortes desses profissionais por causa da Covid-19. Esse é um dos argumentos apresentados ao Governo do Estado. São mortes lamentáveis, ainda mais se a contaminação aconteceu em decorrência do exercício profissional. Por outro lado, esse número faz parte de um contexto de 360 mil mortes no País. Essa proporção ameniza a perda de jornalistas? Não. Mas reforça a necessidade de se pensar primeiro no todo.
CEM DIAS DE GOVERNO – EDUCAÇÃO
Nos 100 dias de governo, na área da Educação, o prefeito Jorge Darlei Wolf destacou que Nova Petrópolis foi o primeiro município da Região das Hortênsias a voltar com as aulas presenciais, ainda em janeiro. Depois, com a bandeira preta, teve que fechar. Hoje as aulas presenciais estão proibidas pela Justiça. Pelo que se sente na fala do prefeito, se ele pudesse, reabriria as escolas hoje mesmo, o que é um pensamento corretíssimo.
AVALIAÇÃO
Verdade seja dita: em Nova Petrópolis os professores, em geral, não se opuseram à volta das aulas. A maioria estava muito feliz por poder voltar. Em outros lugares, se depender dos professores e dos seus sindicatos, as aulas presenciais nunca mais voltam. Ainda bem que por aqui é diferente. Os professores fazem parte dos grupos prioritários e em breve também serão vacinados. Mas talvez não dê tempo de esperar. As aulas precisam voltar, para ontem.