Ivoti: emprego, quinze, seiscentos, 14 anos, patrola

Panela de Pressão

Raul Petry – colunistas@odiario.net

EMPREGO

O que não dá para entender é o nosso Brasil. Por um lado tem milhões de pessoas clamando por emprego por este país afora. No entanto, com quem tu fala, há falta de mão de obra. Outro dia um empresário disse que pediu gente pra trabalhar. Apareceram 35 e ele precisava 20 pessoas. Conseguiu empregar apenas 2 dos 35 que apareceram. Os outros não se interessaram e nem fizeram muita questão. Emprego tem, o que não tem é gente atrás de trabalho. Eles querem emprego, mas não querem trabalho.

QUINZE

Volto a bater na tecla da explosão imobiliária em Ivoti. Tínhamos até o ano passado 15 prédios na cidade. Agora tem outros 15 em construção. Portanto, em pouco tempo passaremos de 15 para 30 prédios. Só que as vendas estão devagar por vários motivos e um deles é o encarecimento do financiamento de imóveis. Ele encareceu muito com o aumento da taxa de juros. Porque aumentaram os juros. Um pouco por conta da Covid, que elevou os gastos do governo. Mas em grande parte por causa da gastança do governo Bolsonaro para tentar ganhar as próximas eleições. Aumentar para 400 reais o antigo bolsa família só com outro nome não tem explicação. O problema é que este auxílio para os mais pobres vai se tornar permanente. A conta não fecha e o resultado disso é o aumento dos juros, que foram de novo para as nuvens e a atividade econômica se retraiu, tanto que o crescimento do Brasil se reduziu a perspectiva de zero neste ano. Com este dinheiro ninguém mais precisa trabalhar. Em vez de dar emprego, o governo dá o dinheiro.

SEISCENTOS

O último levantamento do Caged, que registro o número de admissões e demissões no país deu conta que o município da região em que mais cresceu o emprego na construção civil foi em Ivoti. Foram contratados nada mais nada menos do que perto de 600 pessoas na construção civil, recorde na região. O efeito disso também é a flexibilização das liberações de obras. Os representantes do MP de até então eram muito mais rígidos do que agora. Com a flexibilização aconteceu a liberação de obras que estavam engavetadas há muito tempo.

14 ANOS

Um exemplo é um loteamento que estava há 14 anos com o processo de liberação na Prefeitura em tramitação. Quando o loteador liberava uma coisa aparecia outra. E assim foi indo durante todos estes anos sem uma solução de continuidade. O loteamento em questão foi finalmente liberado no segundo semestre do ano passado e agora vai sair do papel gerando emprego e renda.

PATROLA

Uma Prefeitura da região resolveu comprar uma patrola ou uma retro. Não vem ao caso que tipo de maquinário foi. O que importa é o preço. Há um ano foi comprada uma idêntica e o preço foi de cerca de 700 mil reais. Este ano o preço passa do milhão. Isto é o que se chama de inflação. Neste caso provocada pela falta de produção causa da Covid e que provocou a escassez dos produtos, provocando uma explosão de preços das principais matérias-primas e produtos. Vai levar um tempo para o mercado se restabelecer.