Panela de Pressão

Ivoti: meio ambiente, fedor, fome, fácil, água

28/09/2021 - 06h00min

Atualizada em 29/09/2021 - 06h42min

Raul Petry – colunistas@odiario.net

 

MEIO AMBIENTE

Na coluna de ontem escrevi sobre o Ceami, que fez 10 anos no dia 22 de setembro e lembramos que a primavera iniciou no dia 21 de setembro. Para quem não sabe, o Ceami e o Centro de Educação Ambiental de Ivoti. Para muitos, a primavera é a melhor estação do ano, por causa do colorido do nos lembra, no canto dos pássaros – quem nunca ouviu um sabiá cantando na primavera a partir das 4 da madrugada. E também lembramos dos exageros da lei ambiental no Brasil, que manda, por exemplo, plantar 15 árvores ou até mais em troca da derrubada de uma. E também lembramos que os índios têm em seu poder 12,5% do território brasileiro, um exagero. Lembramos, ainda, da poluição do Feitoria nos anos 70, quando meia dúzia de curtumes jogavam todos os dejetos in natura do Feitoria, sem qualquer tratamento, e tudo era permitido. Aqui ao lado, o Arroio Prass recebia ao dejetos da indústria de Laticínios e era conhecido na época como Stinck Bach, ou seja, Arroio Fedorento. E era fedorento mesmo. Hoje de fedorento não tem nada e a qualidade da sua água é aceitável.

FEDOR

Imaginem, se o Arroio Feitoria fosse fedorento como era na década de 70 e o Núcleo de Casas de Enxaimel não existiria. O Arroioi está um tanto limpo e hoje a sua maior preocupação deve ser o despejo de esgoto cloacal. Ninguém ia aguentar aquele fedor. Neste aspecto evoluímos muito, talvez até demais. Chegou a um ponto em que nos preocupamos mais com exageros do meio ambiente do que com a produção de alimentos.

FOME

Na semana passada uma mineira que caminhava pela região, se lamentava do quanto a nossa paisagem estava degradada por causa do desmatamento. Lembrei a ela que a nossa paisagem estava em, no mínimo, 80% intacta e os outros 20% foram desmatados única e exclusivamente para se prestar a agricultura e pecuária. Não fosse a utilização de uma parte do nosso território e quem alimentaria a população local, gaúcha e brasileira. No mundo, são 7,7 bilhões de bocas para alimentar 3 vezes ao dia. Estivesse tudo intacta e morreríamos de fome. Ela se surpreendeu com a resposta, porque não fazia a menor ideia donde vem os alimentos que ela mesma consumia, que a mantinham viva. O mato virgem não produz uma gota do alimento que precisamos para nos alimentar.

FÁCIL

Sempre é mais fácil falar dos outros sem se preocupar com as consequências. O que precisa é observar a lei. Na Alemanha, por exemplo, a porção de mato virgem é mínima, comparado com o Brasil. Os alemães também falam do Brasil de forma inconsequente, sem se lembrar que o seu próprio território foi em grande parte desmatado.

ÁGUA

Voltando ao assunto água. Aqui em Ivoti somos uns privilegiados, porque a nossa água que consumimos é natural, de poços artesianos e tem propriedades minerais. Outro dia, andando pelo interior de Taquara, tentamos tomar a água de lá. Não deu, foi melhor passar sede. O gosto foi insuportável para nós que estamos acostumados com a nossa água. Só de lembrar que quase perdemos isso, dá arrepios.

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