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Divindade

03/07/2019 - 10h49min

Hoje é dia de falar de Maria, que acaba de trocar de partido porque no PP o clima para ela ficou tóxico. O PP virou uma fogueira de vaidades, com algumas alas puxando cada uma a brasa para o seu assado. Maria ficou incomodada com o comportamento hostil dos principais líderes do PP, principalmente vereadores e o próprio prefeito. Está certo que ela deu de cara com a porta quando achava que o PP continuaria sendo uma espécie de propriedade sua. Quando foi cassada, a maneira como ela passou a ser encarada, mudou. Todos ali sabiam que ela estava fora da disputa para prefeita e passaram a tratá-la como mais alguém e nada mais do que isso. Este comportamento foi um tapa na cara de Maria. Ela estava acostumada a ser bajulada pela quantidade de votos que tinha. Todos queriam estar ao seu redor para capitalizar os votos que ela tem no bolso. Na eleição suplementar do ano passado, depois que foi cassada, havia cinco a seis candidatos querendo o seu apoio para concorrer contra Marli e Edio Vogel. O seu apoio representava a eleição virtualmente certa.

NADA FÁCIL

Foi difícil aquele momento, escolher um dentre tantos. A coligação vitoriosa com o PSB acabou não sendo desmanchada. Só se trocou Milton Mayer por Beto Schneider porque havia o risco de Milton ser questionado na Justiça. Pensava que uma vez Maria sendo cassada o seu vice também o seria. Para não correr riscos, entrou Beto no seu lugar. E se tocou o barco com a eleição se avizinhando com Martin na cabeça de chapa. O gesto de manter a coligação que havia vencido um ano antes custou muitos muxoxos de desgosto nos demais que queriam estar no lugar de Martin e também de Beto. Mais no lugar de Martin. Quem era Martin? Alguém do segundo ou terceiro escalão na hierarquia do PP. Maria desprezou todos e escolheu Martin. Satoshi, Borracheiro, Alcido, Pires e até Lolo estavam na parada e queriam ser os candidatos de Maria. Era vitória quase certa. Nunca seria tão fácil ser prefeito de Ivoti como naquela eleição suplementar. O gesto de Maria, de pegar alguém como Martin, foi a pá de cal que culminou agora com a sua saída do PP.

PÁ DE CAL

A escolha para eleger Martin foi correta, mas depois se revelou alguém que teve vida própria na Prefeitura. Era natural que Maria, elegendo Martin, tudo levava a crer que ele não teria vida própria. E Maria logo brigou com ele e com o PP todo. Saiu do partido e agora será uma luta encarniçada pela Prefeitura no ano que vem.

TROCA

Na noite de sexta-feira Maria entrou no PRB e prometeu transformar o partido no maior de Ivoti em número de filiados. Ela disse que o PRB já tem cerca de 100. Com os principais e mais antigos partidos definhando, como é o caso do MDB, que perdeu os seus principais líderes, Maria pode alçar o PRB ao topo dos partidos da cidade, o que irá cacifar o seu candidato. E um candidato, que ela promete ser dos bons. Portanto, ela tem chances de eleger o próximo prefeito. Se conseguir esta proeza, vira de vez uma divindade.

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