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Coluna Nova Petrópolis

Extravagâncias, poder e privilégios: no Império Romano e em Brasília

10/08/2018 - 11h00min

Atualizada em 10/08/2018 - 11h06min

Sou um apreciador da história romana. A primeira república do mundo, que depois se transformou num império, tem muito a nos ensinar, principalmente sobre política. Os livros e documentários nos contam que, depois de atingir o seu auge, dominando boa parte do mundo conhecido de então, o império começou a afundar por causa da invasão dos povos ditos bárbaros, dentre os quais os nossos antepassados germânicos. Isso por volta do ano 500. Mas não dá para colocar a culpa nos “bárbaros”. Invasões e dominações faziam parte do jogo. Os próprios romanos invadiam terras dos outros sempre que podiam. Roma ruiu por causa da política e da corrupção. Lá havia uma podridão semelhante aos dias atuais do Brasil. Quando o Senado ou o imperador resolviam fazer alguma extravagância ou aumentar o próprio poder ou privilégios, lá iam os coletores de impostos conseguir o dinheiro necessário. O coletor de impostos é uma figura bastante citada na Bíblia. Eles não trabalhavam apenas com moedas. Tiravam de tudo das pessoas, de galinhas a roupas do corpo. Mas o que eu quero dizer com essa breve história é que o Império Romano só chegou ao ano 500 porque lá ainda não existia o Supremo Tribunal Federal. Ministros do STF como os nossos teriam encurtado a vida do Império em, no mínimo, uns 300 anos.

MINISTROS DO SUPREMO

Concedendo-se um aumento salarial de 16,3% quando já recebem R$ 33,7 mil, além dos penduricários, como o auxílio-moradia de mais de R$ 4 mil, os ministros do STF só reforçam a sua total despreocupação com a situação atual do Brasil. Ricardo Lewandowski classificou o aumento como “modestíssimo” e disse que os aposentados e pensionistas da classe passam por uma situação de penúria extrema. É um deboche digno dos bons tempos de Roma. Penúria vive o Brasil fora da “ilha da fantasia” habitada por boa parte de nossos governantes.

SÓ CORRIGE NA MARRA

Diante dos atos como esse, dos ministros do STF (que certamente será confirmado pelo Senado e presidente da República), só podemos concluir que estamos na condição de meros sobreviventes, inclusive do ponto de vista biológico, pois nossas vidas dependem da saúde e da segurança proporcionadas por autoridades preocupadas com auxílio-paletó. Mas também somos sobreviventes enquanto famílias, sociedade e iniciativa privada. Sobrevivendo, podemos nos dar por satisfeitos. Corrigir o país é outra história, que só se dará na marra. E não estou falando de nenhuma intervenção militar ou outro tipo de golpe. A força que corrigirá o país é o próprio dinheiro. Ou melhor, a ausência dele. Quando não houver mais dinheiro para pagar os salários astronômicos e os privilégios do Poder Legislativo e do Poder Judiciário, aí sim as coisas começarão a melhorar. Vai demorar, mas enquanto essa catástrofe não acontecer, eles vão continuar mamando e mandando.

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