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Impunidade

05/08/2019 - 09h46min

A pavimentação da rua Pedro Leuck no bairro Cidade Nova movimentou aquela região do bairro. É preciso que se diga que a Cidade Nova é o maior bairro de Ivoti em área. Os moradores comemoraram a pavimentação com 65 kg de carne e 130 litros de chopp. A gente vê tão poucas obras nas últimas décadas no Brasil que é preciso comemorar mesmo, nem que seja só a pavimentação de uma rua. A maioria dos estados se dão por satisfeitos se conseguem pagar em dia a folha de pagamento. O Rio Grande do Sul nem isso. Os nossos municípios ainda conseguem fazer alguma coisa e o pouco que fazem a população comemora. Só falta soltar foguetes.

30 ANOS

O ministro Paulo Guedes tem dito em todos os pronunciamentos que faz que nos últimos 30 anos o Brasil gastou o que não podia. Como consequência, o crescimento caiu a zero. O pior é que gastou mal. Em vez de investir em infraestrutura, saúde, educação, gastou todo o dinheiro com aposentadorias inadmissíveis. São bilhões que, em vez de irem para obras, vão para o bolso de aposentados privilegiados, pensões e até filhas solteiras que nunca casam. Tem de tudo aí. Toda esta porcaria foi construída, tijolo a tijolo, nos últimos 30 anos, a partir da Constituição de 1988. Acabaram com o país. Aqui em Ivoti tinham que ser pavimentadas ruas como a da Cidade Nova todas as semanas. E o asfalto tinha que estar uma tetéia na maioria das ruas ou em todas. Hoje se faz 10 vezes menos do que poderia se fazer. Paulo Guedes tem dito isso e promete que o quadro vai mudar. Imaginem carteira de motorista custando 30% menos, emplacamento de carro 50% menos, gás de cozinha logo vai custar 40% menos, gasolina também. Vamos também pagar menos impostos e a burocracia vai parar de asfixiar as empresas. O quadro que se vislumbra pela frente é animador. Estamos saindo de um projeto estatizante para um liberal. O primeiro nunca deu certo em lugar algum do mundo. O segundo espalha progresso e bem-estar entre toda a população. Infelizmente escolhemos o caminho errado quando os milicos saíram fora. Agora vamos levar outros 30 anos para recuperar o terreno perdido.

QUEDA

Há 15 dias foi apresentada a estatística do número de mortes nas estradas federais gaúchas no primeiro semestre. A queda foi de cerca de 30%. Só em 2003 morreu menos gente. A redução acontece em todas as estradas e nas cidades. Não é porque se espalharam pardais por tudo que é canto. Nem pelo fato de terem sido aumentados o número de policiais. Muito menos porque uma carteira de motorista custa mais de 2 mil reais. Muito pelo contrário, a quantidade de policiais diminuiu. A verdadeira razão da redução é o endurecimento da lei. Diminuiu a impunidade e diminuiu também automaticamente o número de acidentes. As pessoas hoje em dia pensam duas vezes antes de dirigir embriagados. Todo mundo sabe que o bicho vai pegar se o motorista cai numa blitz ou provoca um acidente estando embriagado. Por exemplo, se você cai numa blitz com 0,29 de teor alcoólico, o veículo é retido, a multa é de quase 3 mil reais, o sujeito perde a carteira por um ano. O estrago pode chegar a 6 mil reais. Vale a pena? E se o teor alcoólico for superior a 0,3, o sujeito vai parar numa delegacia e só sai de lá com pagamento de fiança, que é atribuída de acordo com a renda do sujeito. Foi o que sempre propugnei aqui nesta coluna. Não temos nada de diferente dos países ricos. É que lá não há impunidade.

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