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Infelizmente

16/05/2019 - 10h33min

Atualizada em 16/05/2019 - 10h33min

O FGTS que as empresas recolhem para os trabalhadores à razão de 8% sobre o salário de cada um rende menos que a inflação. Juros nem pensar. Isso é o que dá você entregar o seu dinheiro para os políticos administrar. Tudo que se entrega para políticos vira pó. É incrível a capacidade que eles tem de criar problemas para o país. Em Porto Alegre, alguns deputados agora querem saber o que o governador Eduardo Leite pretende fazer com a CEEE, Sulgás e CRM. Esta última sigla se chama Companhia Riograndense de Mineração. À poucos dias a Assembleia Legislativa aprovou o fim do plebiscito para vender estatais. Portanto, um belo dia colocaram na Constituição do Estado que, para vender estatais, tinha que ser feito plebiscito entre a população para saber se ela aprovaria ou não a sua venda. É um negócio impressionante. Para criar estatais não precisa fazer plebiscito entre a população, só para vender. Não parece brincadeirinha de crianças? Esses são os nossos representantes que elegemos de quatro em quatro anos. O pior que vira e mexe a soma de um parlamento como esse acaba sendo com o mesmo pensamento, a mesma linha ideológica, achando que o Estado é uma espécie de pai para todos, nós. Na verdade, ele é o contrário, o assaltante que rouba nosso dinheiro e não devolve mais.

IMPRESTÁVEIS

É claro que, para os nossos deputados, quanto mais vagas para empregar os companheiros de partidos, melhor. Por isso eles são tão resistentes para vender estatais. Diminuindo o tamanho do Estado vai melhorar a nossa vida. No entanto, piora a dos deputados que se elegem e acham que a palavra mágica “cargo” não pode desaparecer do seu currículo. Eles não respiram ar como nós, que dependemos do oxigênio da natureza para sobreviver. Eles dependem de um Estado gigantesco, que consome todas as energias da população, para se locupletar. Por isto que sempre tenho dito que partido no Brasil são siglas que mais se parecem com agências de emprego do que qualquer outra coisa.

PROVA

A prova está em vários fatos. O deputados preferem ver o Estado minguando aos poucos, crescer quase nada, do que perder 15 cargos. Foi o que um deputado daqui da região que não se reelegeu disse outro dia quando foi questionado sobre a sua votação. Ele disse que não podia votar contra o governo porque o seu partido tinha 15 importantes cargos no governo do Estado. Imaginem o grau de irresponsabilidade da classe política numa hora dessas. Votam contra o progresso do Estado por causa de 15 “altos cargos”. É quase inacreditável. O governador Eduardo Leite, que mais parece uma raposa velha da política do que um jovem em início de carreira, entrou no jogo. O que Sartori não conseguiu ele conseguiu. Vender a CEEE, CRM e a Sulgás. Leite não nomeou ninguém dos partidos antes das votações. Está todo mundo chupando no dedo e ele só vai nomear os ocupantes dos tais altos cargos depois da Assembleia aprovar o fim do plebiscito. Aí todo mundo votou a favor. Infelizmente, são os cargos políticos que ditam o futuro do Estado e da nação.

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