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Mexemo-nos

19/07/2018 - 11h00min

Todos os candidatos que têm aparecido por aqui têm uma resposta na ponta da língua quanto à situação do Estado do Rio Grande do Sul que eles pretendem governar. Perguntados sobre o que farão quando cairá no bolso deles uma massa falida que não tem nenhuma chance de sair do buraco, todos respondem que é preciso recuperar o Estado e fazer o Rio Grande do Sul crescer. É o mais do mesmo. Alguns falam em propostas concretas que pretendem tomar quando assumirem o governo do Estado, que são bem exequíveis e de bom retorno.

PESSOAL

Uma pergunta que sequer faço para nenhum deles é se demitirão funcionários do Estado. Que, vamos ser bem claros, nem são funcionários. São chupins que estão lá para mamar nas tetas do Estado. Esta pergunta eu poupo por dois motivos. O primeiro deles é porque só enrolariam mesmo. O segundo motivo é que nenhum deles sequer cogita uma medida dessas. Eles têm medo das corporações, a pressão dos funcionários públicos na hora de botar na Assembleia uma proposta dessas. Lucas Redecker, um que está invisível por aqui, disse que votou a favor da não autorização do plebiscito para autorizar ou não a venda da CEEE, disse que votou contra a autorização porque todos os dias têm chupins do serviço público batendo no seu gabinete fazendo pressão. Por outro, disse que um número de trabalhadores destas empresas ficaria sem emprego. Lucas Redecker perdeu completamente um mínimo de postura de homem público porque não fala coisa com coisa. Prefere prejudicar 11 milhões em favor de alguns milhares. Tem que ser mandado para casa e fazer outra coisa na vida. Aliás, não é só ele, são todos que impedem o Estado de ser saneado.

MAIS DO MESMO

Evidentemente que alguma coisa pode melhorar dependendo de quem vai ganhar a eleição para governador. Mas precisa mudar muita coisa, principalmente a cabeça de parlamentares que votam as leis na Assembleia, dos congressistas em Brasília para mudar a lei que possibilite acabar de vez com os absurdos e a cabeça de juízes que têm que parar de achar que o Brasil são os funcionários públicos, esquecendo-se que existe toda uma população que paga a conta e vê prejudicada a economia por causa da absurda cobrança de impostos. Uma coisa está ligada na outra.

DIREITO ADQUIRIDO

E o estamento está tão bem urdido para proteger a massa de centenas de funcionários públicos que sugam toda a energia do Estado para crescer, que simplesmente se parte do pressuposto de que para tirar o Estado do buraco temos que voltar a fazer a economia crescer. Em suma, pelo que tenho visto, esta seria a saída. Mas o Estado não vai crescer sem as reformas do próprio Estado que são necessárias, a tributária, previdenciária, fiscal. Hoje estamos neste círculo vicioso e não virtuoso que já vem durando há décadas. Um dos pressupostos é justamente a figura do direito adquirido. Ou seja, alguém que se aposenta com 40 anos não pode perder a aposentadoria e voltar a trabalhar. Ora, isto é privilégio adquirido e não direito adquirido. Foram os privilégios da classe dominante que geraram a Queda da Bastilha, comemorada no dia 14 de julho na França. Foi lá que a guilhotina correu solta. São 10 milhões contra 1 milhão aqui no Estado. Adivinhem quem vai levar a melhor. O lema da Revolução Francesa foi Fraternidade, Igualdade e Liberdade. Não temos nada disso porque somos massacrados pelo Estado. Impostos escorchantes, 5 meses de trabalho para sustentar a nossa nobreza, os impostos pagos não voltam em forma de serviços e total desigualdade em termos de salários, aposentadorias e tudo o mais. Somos cidadãos de segunda classe. Mexemo-nos!

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