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Não dá para querer tirar o corpo fora

12/04/2019 - 11h00min

Atualizada em 12/04/2019 - 13h09min

Esta semana vários prefeitos da região bem como de todo o Brasil estão em Brasília. O motivo é o encontro nacional de prefeitos promovido pela Confederação Nacional dos Municípios, entidade que congrega todos os municípios brasileiros. Todos os anos é promovida a Marcha dos Prefeitos, que, em sentido figurado, quer dizer a mesma coisa que a semana dedicada a luta dos prefeitos pelo municipalismo. Ou seja, segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes, Brasília concentra 65% da arrecadação de impostos no país. Por favor, tem cabimento isso? Nos países sérios, é o contrário. 70% dos impostos ficam nos municípios, 20% nos estados e o resto na União. O governo quer mudar isso. Não tem razão mais justa do que esta que os prefeitos fazem uma vez por ano. Tem que pressionar até levar. Ainda bem que o atual governo tem plena consciência de que está tudo errado e é preciso mudar.

PRESSÃO

Até o ano passado era consenso de que só se conseguiam recursos através da pressão. Este conceito está mudando. Espontaneamente, o governo federal está dizendo que é errado isso. Não tem porque todo este dinheiro estar em Brasília. Ele tem que ficar no município e não passear por Brasília, onde grande parte do dinheiro dos impostos some no meio da corrupção. Graças a equipe econômica montada por Bolsonaro, temos que reconhecer que um giro de 360 graus está se aproximando. Os tempos em que Brasília pouco se lixava com os Estados e Municípios parece que está com os dias contados. Quando se imaginaria que o próprio governo federal proporia transferir mais dinheiro para os municípios. Estamos acostumados a ver o contrário, a União metendo mais e mais a mão no bolo de impostos.

15%

Depois que deu só “caneladas” como ele próprio reconhece, o governo Bolsonaro começa a mostrar a que veio. Só tem uma coisa. A Reforma da Previdência, da qual todos nós dependemos, não caiu no gosto de Bolsonaro. Ele a engoliu em seco, mas a enviou para o Congresso e disse: virem-se. Negou-se a articular, até mesmo a conversar com os congressistas. Tudo para ele seria toma-lá-dá-cá. Botou todos os deputados no mesmo saco. Até que nem seus aliados mais aguentaram e mandaram o presidente baixar a bola e esquecer a campanha. Claramente a campanha eleitoral não tinha saído da cabeça dele. Só que agora ele é o presidente do Brasil, a campanha é coisa do passasdo e ele tem que fazer o certo, nada mais daquilo que prometeu quando era candidato e apresentou o ministro da Economia Paulo Guedes para o Brasil inteiro. Votamos nele (inclusive eu) por causa da proposta dele, que só agora emergiu das profundezas da maluquice do seu governo nestes três primeiros meses.

ALÍVIO

Agora, tudo está no seu lugar desde que aceitou que perdeu 15% de sua popularidade em tão pouco tempo. Agora fala com os deputados, defende a Reforma da Previdência, se reúne com jornalistas e claramente está no caminho certo. Bolsonaro, o Brasil agradece. Defenda a Reforma da Previdência, que ela é a salvação do Brasil. E nunca mais diga que tu fez a tua parte e que agora é com eles. Com a Reforma tão importante para o país não dá para tentar tirar o corpo fora. O senhor não tem o direito de fazer isso.

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