Coluna Nova Petrópolis
O acesso precário oferecido à Dakota
Há pouco mais de uma semana surgiu nas redes sociais uma queixa contundente sobre a situação da nova fábrica da Dakota, que em 2020 passou a operar na Fazenda Pirajá. Desnecessário falar sobre a importância da empresa para Nova Petrópolis, seja pelos empregos gerados, retorno em impostos e ainda outras formas de colaboração no âmbito da responsabilidade social. E existe ainda toda uma economia indireta que se sustenta com o movimento gerado pela Dakota. Os ônibus que transportam os funcionários são um exemplo entre vários. A propósito, este é o ponto que está gerando as queixas. O transporte. A nova fábrica conta com um acesso muito modesto, que antes não passava de uma simples rua no meio de um bairro residencial (o Loteamento Bratz). E o pior, é que boa parte deste acesso não conta com pavimentação. Já circularam fotos de caminhões que não conseguiram chegar até a fábrica por causa da precariedade da rua. É uma situação que afeta também a vida daqueles moradores, que de uma hora para outra viram a rotina do seu bairro ser completamente transformada.
PROBLEMA TRANSFERIDO
Como eu moro muito perto do portão da antiga fábrica, posso dizer por experiência própria que a saída de turnos da Dakota interfere bastante no trânsito. Imagino até que este tenha sido um dos motivos da mudança para a Fazenda Pirajá, onde foi construída uma planta industrial de primeiro mundo. E o que acontece agora nas saídas de turno? Todo o movimento passa pelo acesso do Loteamento Bratz com a BR-116. Por este aspecto, o problema só foi transferido de lugar. E nem é preciso dizer que na BR-116 o risco de acidentes é muito maior.
OMISSÃO DAS AUTORIDADES
Me mudei para Nova Petrópolis em 2014 e desde as primeiras semanas ouvi falar que a Dakota transferiria sua fábrica para a Fazenda Pirajá. Suponho que as autoridades também tenham ouvido isso. O dia da mudança chegou e o poder público não fez o seu papel, que é oferecer a infraestrutura que o setor econômico precisa. Sei que está em andamento um trabalho de desapropriações e abertura de uma nova estrada. E parece que em fevereiro isso começará a andar mais rápido. Mas houve tempo suficiente para que o acesso definitivo já estivesse pronto e em uso.
A IMPORTÂNCIA DA INDÚSTRIA
Dados do governo federal mostram que Nova Petrópolis teve desempenho negativo no mercado de trabalho formal em 2019. Foram 2.402 admissões e 2.534 demissões, lembrando que são números que valem só para empregos com carteira assinada. E a qual setor correspondem os 132 postos de trabalho perdidos no ano? À indústria da transformação! Neste setor o saldo foi de menos 141 vagas no ano passado. Então, muita atenção para a nossa indústria!
QUARTO ANO NEGATIVO
Assim como o balanço da EGR na região, assunto da coluna de ontem, o saldo de empregos precisa ser colocado dentro de um contexto. Neste sentido a situação piora, pois a cidade já teve saldo negativo em 2018 (menos 149), em 2017 (menos 91) e em 2016 (menos 102). Isto mesmo! O último ano que em Nova Petrópolis gerou mais empregos do que perdeu foi 2015 (mais 40). Nos quatro anos seguintes foram perdidas 474 vagas formais.