Coluna Nova Petrópolis

O câncer e o gesto de grandeza do prefeito Lelo

13/11/2019 - 10h19min

O gesto do prefeito Regis Hahn, de gravar um vídeo falando de sua própria doença para ajudar a divulgar o Novembro Azul, é de uma grandeza difícil de descrever com palavras. Quem ainda não viu o vídeo, aconselho a fazê-lo. Está disponível nas redes sociais da Prefeitura e também no site do Diário, onde também há uma reportagem tratando do assunto. Lamentavelmente, o gesto de Lelo tem a ver com um momento difícil para ele. Mas o próprio vídeo dá conta de que o tratamento do câncer de próstata vai muito bem. Num momento como este, muitas pessoas optam por se resguardar, o que é natural e compreensível. Mas Lelo compreende a importância de seu papel perante a sociedade. O prefeito sempre será um importante exemplo para as demais pessoas. Suas atitudes tornam-se referência. Quando Lelo descobre o câncer precocemente e isso lhe permite o tratamento, como ele mesmo relata no vídeo, muitos outros homens passam a dar a esse tema a atenção que nunca deram. É a prevenção, em torno da qual gira o Novembro e Azul, a exemplo do Outubro Rosa, o que torna a mensagem do prefeito relevante também para as mulheres. O vídeo sobre câncer gravado pelo prefeito provavelmente ajudará a salvar vidas. E, ao ter um gesto desta grandeza, não se importando em expor o próprio problema, Lelo com certeza obtém ainda mais energia positiva para seguir firme em seu tratamento. É uma justa recompensa.

O DELEGADO FALOU

Quando eu trabalhava como repórter, muitas vezes entrei na sala do delegado Camilo Pereira Cardoso. Depois de algumas vezes, aprendi que ele não é de dar respostas longas, aquelas com “sobras”. Muitas vezes um “sim” ou um “não” ou até “essa eu não posso responder”. Uma postura normal para um delegado de polícia, com as graves responsabilidades que a função lhe traz. Diferente de alguns delegados com os quais trabalhei em outras cidades, Camilo também não deixa tirar fotos dele para o noticiário policial. Tem perfil no Facebook, mas quase não usa. Em resumo, ele é um delegado discreto. Logo, quando uma pessoa como ele resolve falar mais do que o habitual, é porque merece atenção. Foi o que aconteceu na sessão da Câmara de Vereadores na segunda-feira, 11. Os vereadores criaram uma moção de apoio aos funcionários da Polícia Civil frente ao pacote de ajustes que o governador Eduardo Leite está propondo. E abriram espaço na tribuna para a manifestação da categoria representantes, iniciando pelo delegado local. Eu não estou suficientemente a par deste pacote para falar dele. E nem quero. O que importa é destacar a forma incomum como se pronunciou Camilo, queixando-se de uma série de pontos. A começar pelo salário atrasado há quase 60 dias e pelas medidas mais pesadas para a Polícia Civil do que para outras instituições da Segurança Pública. “Mil vezes obrigado”, disse o delegado ao sair da tribuna.

SOBRE MOÇÕES

Ainda acho que antes de votar uma moção de apoio, seja do que for, os vereadores deveriam buscar uma resposta ou, pelo menos, uma manifestação do outro lado – neste caso o governo do Estado. Mas quando a votação é precedida de uma manifestação como a do delegado Camilo, a situação muda um pouco.

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