Coluna Estância Velha

O legado apaixonante de Paixão Côrtes

03/09/2018 - 11h00min

Atualizada em 03/09/2018 - 13h30min

Na semana que o Estado perdeu o maior símbolo do tradicionalismo gaúcho, Paixão Côrtes, Estância Velha recebe um rodeio artístico. Ambos os fatos não têm ligação alguma, no entanto, há muito legado aqui. Paixão despediu-se de nós, mas deixou seu legado para além de sua vida. Ele foi embora, mas a tradição segue viva, firme e forte dentro de cada gaúcho. Honradez de tudo que ele construiu torna-se algo palpável quando vemos peões e prendas laçando, dançando, declamando e tocando instrumentos, quando vemos rodeios arrastando multidões e o público fazendo aquilo que o gaúcho faz de melhor: enaltecer o Estado em que vive. Somos orgulhosos pelo que somos e isso se deve muito ao “laçador”. Paixão mostrou como se deve amar o Rio Grande do Sul e, ao fazer isso, deixou para trás algo que transcende barreiras tão simples como vida e morte.

PUNIÇÕES

A última semana foi marcada por acontecimentos ruins em Estância. Vimos o ladrão de hidrômetros ser preso, vimos casos de assédio serem denunciados e com isso passamos a pensar um pouco sobre o momento em que vivemos. As punições previstas para crimes são, realmente, as adequadas? Estaremos nós, cidadãos, nação, fazendo a coisa certa quando vemos determinadas situações acontecerem? Como o caso de assédio, se confirmado, a pessoa suspeita pode mal responder pela situação. Essa é a forma correta de lidarmos com situações como estas? Temos muito que caminhar e moldar sobre a nossa sociedade, afinal, é esse lugar que queremos deixar para aqueles que vierem depois de nós? Este é mais do que um pensamento simplório, é pensar nas futuras gerações. Ou queremos mesmo que as mulheres, década após década, continuem sendo assediadas por homens que acham ter direito sobre os corpos delas e, nem assim, terem um punição real? O mundo que queremos precisa começar a ser moldado a partir de agora.

EDUCAÇÃO

O anteprojeto do vereador Saci prevê que a Prefeitura volte a recolher o entulho gerado pela população. Hoje, quem não quer largar em qualquer lugar seus resíduos, paga por um papa-entulho ou para que alguém recolha. Quero pensar um pouco fora dessa esfera. Indiferente de todos os motivos que a Prefeitura tenha para não recolher, hoje, os entulhos; onde está a educação? Falo tanto – acredito que devem notar isso – sobre o direito do próximo e ver que um projeto, mesmo que com taxas previstas, quer que o município volte a recolher entulho, pois a cidade deve ficar limpa me causa certos questionamentos. Não é dever – também – da população o cuidado com a cidade? Agora se a Prefeitura não recolhe meu sofá velho, eu vou jogá-lo em qualquer lugar? Estamos precisando de mais do que um papa-entulho nas ruas, estamos precisando prestar mais atenção em nossas atitudes. Não é difícil ser um pouco mais empático com quem nos rodeia. Cada um tem sua responsabilidade para que a cidade caminhe da melhor forma possível. Depois, somos nós que colhemos os frutos. Os bons e os ruins.

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