O que atrai na tragédia alheia?

Ontem pela manhã cobri um acidente na avenida Brasil, quase no pórtico de entrada de Estância Velha. Uma colisão entre dois carros e um trator, algumas pessoas feridas, trabalho árduo dos bombeiros e um congestionamento quilométrico. Mas o motivo para isso? O motivo para lentidão no trânsito? Não é por causa do acidente em si, mas por conta de curiosos que chegam a quase parar os carros para ver tragédias. Me deparei com pessoas dentro dos carros sem o mínimo de atenção na rua, unicamente para conseguir fotografar ou filmar com seus celulares o ocorrido. Qual o motivo para isso? O que leva uma pessoa a quase causar um novo acidente para poder ter uma foto de outro acidente na galeria de seu celular? Ok, neste não houve óbito, mas e quando há? Pois a situação não muda, ainda tem muita gente fotografando. Para mim, é desrespeito. A inclusão digital que nos possibilitou tanto e nos fez progredir tanto, também trouxe a tona um outro tipo de pessoas: os urubus de tragédia. E isso não é nada bom.

O QUE É IMPORTANTE

Na segunda, no final do dia, fui chamado para ir até uma praça no União. Lá – denunciaram – a Prefeitura havia podado algumas árvores e deixado os galhos no local. Chegando lá me deparei com uma praça muito bem cuidada – que sei que é mantida assim pelos moradores – e sim, havia restos de poda no local, porém, estavam organizados e esperando para serem recolhidos pelo caminhão de entulho. Ignorando uma logística um tanto estranha da Administração Pública, o trabalho foi feito e está sendo feito. Não estou defendendo, mas a verdade é que quando ficamos muito interessados em denunciar tudo, deixamos de prestar atenção ao que deveria ser prioridade. A cidade tem seus problemas e a população precisa fazer, sim, alarde contra eles, mas é importante fazer escândalo para coisas que realmente estão erradas.

FALANDO NISSO

Falando em praças e falando, principalmente, nessas que são cuidadas e mantidas pelos moradores, acho muito interessante e bonito a iniciativa de quem mora nesses bairros de manter esse ambiente, mesmo sem apoio ou ajuda da Administração Pública. Às vezes é bom percebermos que, algumas vezes, precisaremos fazer por nós mesmos e que não há problema com isso. Claro que é de responsabilidade do município fazer com que as coisas andem e que os espaços públicos sejam bem cuidados e próprios para o uso da população, porém, sabemos que nem sempre fazem e, não dá para esperar para sempre, precisamos fazer por nós mesmos.

IMUNIZAR

Estamos em Campanha de Vacinação contra Polio e Sarampo. É de extrema importância que todos levem as crianças para que recebam a vacina. Uma doença que havia sido erradicada, voltar, não é algo bom. Somente nós temos o poder de manter o sarampo longe novamente. Já conseguimos uma vez, podemos novamente, mas para isso devemos ir aos postos, devemos levar as crianças, participar do Dia D, fazer com que a meta seja alcançada. Está nas nossas mãos.