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Os perdedores que se lixem

17/07/2018 - 11h00min

Há um episódio que muito diz respeito a nós. Trata-se da vinda para o Rio Grande do Sul da rede de Lojas Havan, uma potência em Santa Catarina, mas que quer expandir a rede de lojas no Rio Grande do Sul. Quem já foi a Santa Catarina deve ter visto os prédios que abrigam as lojas com a estátua da liberdade na frente. O projeto de implantação de uma dezena de lojas para começar encontrou um sério entrave pela frente em alguns municípios. Em Passo Fundo foram removidos todos os obstáculos até que faltou um. A legislação local de que o comércio não pode abrir em domingos e feriados. O proprietário da rede bateu pé e disse que só investiria um centavo em Passo Fundo caso o sindicato assinasse a liberação da abertura das lojas em sábados, domingos e feriados. Em uma semana o imbróglio estava resolvido. É que se trata de um investimento de milhões e interessava para o município. O Sindicato dos Comerciários ficou contra a parede.

PARABÉNS

A coluna lhe dedica os mais efusivos parabéns por peitar esta gente do atraso, que vendem a lorota de que defendem os trabalhadores. Ao contrário, só prejudicam. Os governantes fazem o mesmo com leis obsoletas, atrasadas, do tempo da idade média e as mantêm com a pseuda lorota de que o trabalhador é a parte mais fraca da relação capital-trabalho e que por isso precisa do governo para protegê-lo. Não há nada mais esdrúxulo do que esta afirmação. O que fazem é jogar o capital contra o trabalho. Na verdade, o empreendedor e o trabalhador são parceiros no negócio porque um não vive sem o outro. E todo empreendedor sabe que sem o trabalhador satisfeito e disposto a trabalhar por resultados não há futuro para nenhuma das partes.

EM DOBRO

O fato do trabalho aos domingos ter que ser remunerado em dobro é outra coisa obsoleta e que deve existir só por aqui neste país em que só se preocupam em assegurar regalias para uma pequena parte dos trabalhadores. O fato de termos 40 milhões de carteiras assinadas e 80 milhões de pessoas que trabalham sem carteira assinada e na mais completa informalidade é o reflexo disso. Perguntem a um sindicalista ou um governante o que acha disso. Ele vai fazer de conta que a conta dos 80 milhões que vivem à parte do trabalho formal não é com eles.

CERTO

Na verdade não é com eles mesmo porque não têm o que se meter nas leis trabalhistas protetoras para uns e inexistentes para outros. O que eles têm que garantir é um mercado de trabalho sadio, sem boa parte dos custos que trabalhadores formais e empegadores pagam, medida que certamente diminuiria em muito o número de trabalhadores de segunda e terceira classe que vivem na informalidade. Só tem um jeito disso acontecer. O mercado se aquecer, as fábricas se encherem de pedidos e faltar gente para trabalhar. Automaticamente a economia como um todo trata de começar a subir o salário. É muito simples: lei da oferta e da procura. Mas não querendo alguém que quer trabalhar em domingos de fazê-lo porque o sindicato não permite e o empregador se nega a pagar em dobro. Isto não serve para ninguém. A mania do Estado em querer regular tudo acaba sendo desastroso. A excessiva proteção só atinge um em cada três trabalhadores. Os perdedores que se lixem, pois têm que viver de biscates porque não tem ninguém para contratá-los por falta de empreendedores como a Havan que decidiu colocar as cartas na mesa.

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