Coluna Dois Irmãos

Uma eleição diferente: já polarizou no primeiro turno lá e aqui

26/09/2018 - 11h00min

– Até duas décadas atrás, as eleições no Brasil não tinham esta história de 2º turno. Era um turno só, o mais votado era o eleito e fim de papo. Então, criaram a eleição em dois turnos, para que o eleitor pudesse votar no candidato de sua preferência no 1º turno, e, depois, pudesse conhecer melhor os dois do 2º turno, onde ocorreria a polarização dos votos nestes dois. Entretanto, neste ano, tanto na eleição para presidente da República, como na eleição para governador do Estado, a polarização (antes, ocorrida só no 2º turno) já está ocorrendo no 1º turno, segundo as pouco confiáveis pesquisas. Na sexta passada ouvi uma frase: “meu candidato é o X, mas votarei no Y porque o X não tem chance”. Ora, isso deveria ocorrer somente no 2º turno. Sendo assim, para que dois turnos?

BONS TEMPOS

Aposto que a maioria do eleitorado até prefere a época em que a eleição era em um turno só. Teria menos horário eleitoral, sobraria mais dinheiro do fundo de campanha para investir em hospitais e não teríamos o episódio deprimente de ver quem briga no 1º turno estar unido no mesmo palanque do 2º turno em troca de cargos e “boquinhas”.
Assim como a maioria prefere o Brasileirão de pontos corridos. É o mais justo: jogam todos contra todos e quem somar mais pontos é o campeão. Imagine você mudar as regras do Brasileirão e os dois com mais pontos terem de fazer uma final (ou 2º turno).
É claro que uma sugestão desta não vale para este ano. Excepcionalmente, agora não podemos pregar um turno único para as eleições, pois alguns entenderão como estar puxando para um determinado candidato, devido ao que dizem as pesquisas destes institutos pouco confiáveis. Então, não falemos disso agora, mas fica a sugestão para o debate no ano que vem. Para que dois turnos, para que parar o Brasil duas vezes?
Bons tempos em que as eleições eram um turno só, onde o mais votado era empossado logo (e não como é hoje), a ponto de quem entregar o cargo ter três meses para poder dilapidar o cofre da Prefeitura ou do Estado (entre a eleição e a entrega do cargo). E mais: naquela época, o vereador ou deputado mais votado era o presidente da Casa Legislativa! Não tinha esta história de hoje, onde os parlamentares eleitos se reúnem e fazem conchavos para escolher o presidente. Tanto é que pode ser escolhido presidente um que nem se elegeu, que “entrou” pela suplência ou quociente eleitoral. Isso é um despropósito contra a vontade do povo, contra o candidato mais votado para o Legislativo, contra a vontade das urnas, não acha?

RÁPIDAS

– Dias Tofoli, ministro do STF, assumiu de presidente da República. Que Deus nos abençoe…
– Por aqui, a CPI para investigar o Instituto Vida foi aprovada. E deu 6 a 1. Quase deu o placar de Brasil e Alemanha: 7 a 1. Só esperamos que não termine em pizza, como todas as CPIs até agora!
– A mensagem positiva do dia: “É impossível para um homem aprender aquilo que ele acha que já sabe”, Epiteto.

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