Coluna Nova Petrópolis

Vereadores gastam duas semanas para temas que deveriam despachar em dois minutos

04/07/2019 - 10h52min

Tivemos de novo uma situação constrangedora em que a Câmara de Vereadores divulga a aprovação de um pedido de placa de “pare”. Desta vez para o cruzamento da estrada geral de Nove Colônias com a rua Artur Boelter. O pedido de providências foi protocolado pelo vereador Claudio Gottschalk (PDT) no dia 19 de junho e foi “discutido” pelos vereadores na sessão do dia 24 de junho. Todos concordaram que aquilo era um tema urgente e já deveria ser votado na semana seguinte, dia 1º de julho, quando de fato foi aprovado. O ofício foi enviado ao Executivo, para que providencie a bendita placa, no dia 2. Convenhamos, é muito tempo de tramitação para um simples pedido por uma placa de “pare”, que por sinal não envolve qualquer mistério. A legislação de trânsito diz que ela tem que existir em cruzamentos como aquele e os vereadores não têm nada o que ficar discutindo e muito menos votando.

EM DOIS MINUTOS

Faço a mesma ressalva sempre que trato deste assunto: o problema não está no pedido de Claudio Gottschalk e tampouco se questiona o papel dos vereadores de reivindicar a solução para pequenas demandas da comunidade, caso desta placa. O problema é a forma exagerada como a Câmara de Vereadores de Nova Petrópolis está tratando os pequenos temas. Discussão, uma semana de tramitação e mais uma votação por uma placa de pare? O Regimento Interno precisa de mudanças já! Sendo protocolado no dia 19, o pedido de Claudio Gottschalk deveria ter sido despachado sem falta na sessão do dia 24. Algo que se resolve em dois minutos. Na manhã do dia 25 um pedido simples como esse já deveria estar em cima da mesa do prefeito e não em uma gaveta da Câmara de Vereadores.

O CASO DA CEEE

Chamou a atenção uma entrevista apresentada no RBS Notícias na noite de terça-feira, dia 2, quando os deputados estavam discutindo a venda da CEEE e de outras duas estatais. Falava-se da possibilidade dos atuais funcionários serem demitidos depois da privatização. A presidente do Sindicato dos Eletricitários do RS, Ana Maria Spadari, questionou como fará para pagar, por exemplo, uma dívida de casa própria, caso fique sem o emprego na CEEE. “Como fica a minha vida e a dos meus familiares?”, indagou. A esta senhora eu responderia que a vida dela ficará igual a dos milhões de desempregados que já existem no Brasil e dos quais muitos têm dívidas a pagar por causa de compromissos assumidos antes da demissão. Será que é tão difícil assim se colocar na pele de um cidadão comum? O que os funcionários da CEEE querem é continuar com os privilégios, que são justamente os maiores causadores da crise que o Estado vive. Todos os anos o governo do Estado precisa colocar mais de R$ 300 milhões na CEEE para cobrir o saldo negativo nas contas da companha. Uma das origens deste déficit são os processos trabalhistas. Com cerca de 3.000 funcionários, atualmente a estatal tem mais de 6.400 ações trabalhistas vigentes. O deputado Paparico Bacchi (PR) foi extremamente certeiro: “Uma empresa que não é boa para os funcionários não pode ser boa para a coletividade”.

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