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Eleições 2020: entrevista com Rogério Dapper – candidato a prefeito de Dois Irmãos
O candidato Rogério Dapper (Republicanos) é empresário em Dois Irmãos. Ele é novo na linha de frente da política, mas destaca que há bastante tempo acompanha os trabalhos pelos bastidores. Junto está a candidata à vice, Leni Giehl (Republicanos), que é microempreendedora individual na área da fotografia.
No primeiro dia como prefeito, qual teu primeiro ato?
No primeiro dia vou agradecer ao povo pelos votos depositados e dar início aos trabalhos na administração de Dois Irmãos. Teremos muita coisa a fazer, mas antes vamos avaliar como está a real situação da Prefeitura.
Como você vê a atual administração de Dois Irmãos?
Considero que a atual administração tem feito um bom trabalho. Tem coisas que precisam ser melhoradas, mas temos que reconhecer o mérito deles. Acreditamos que críticas construtivas sempre são bem-vindas e fazem qualquer um crescer, desde que bem apresentadas.
Como você pretende trabalhar a questão da Educação Infantil no município?
Primeiro vamos avaliar como está a atual situação, mas certamente teremos de fazer novas contratações e construir mais creches porque a demanda está crescendo. Em função da ampliação da Herval, com a geração de novos empregos, vai atrair mais famílias com crianças. Por isso, já pensando nessa demanda, teremos que aumentar e muito o número de vagas.
Sobre a administração terceirizada do Hospital São José e da Nova Emergência, você acredita ser este o modo mais eficaz?
Precisamos primeiro fazer uma avaliação de como está sendo desenvolvido o trabalho pelos gestores terceirizados. Ver se estão cumprindo o contrato. Não adianta a gente, que é leigo, dizer o que deve ou não fazer. Para isso, teremos uma equipe de técnicos que irá avaliar a situação e ver o que pode ser melhorado. O atendimento de qualidade será prioridade no nosso governo.
O que pretende fazer para trazer mais empresas e incentivar as que já estão aqui, para aumentar arrecadação de impostos e geração de empregos?
A construção civil está em crescimento e isso dá um bom retorno na criação de empregos e no comércio. Hoje o que mais complica é a burocratização. Temos que descomplicar. Em relação aos empregos, essa expansão da Herval vai alavancar a economia e gerar postos de trabalho nos próximos anos. Também tem a possibilidade de grandes fábricas de calçado ampliar a produção. Sabemos que para essas fábricas se instalarem é necessário o município oferecer incentivos. Por isso vamos tratar cada empreendedor de maneira individual. Hoje, o maior incentivo para uma empresa vir a Dois Irmãos é a boa mão-de-obra porque temos um povo trabalhador e responsável. Nossa geografia e logística é boa para se instalar. Temos que incentivar os nossos jovens a empreender no município porque hoje muitos não querem trabalhar em fábricas e por isso acabam indo embora. Nosso medo é ver Dois Irmãos se tornar uma cidade dormitório. Ainda no desenvolvimento queremos trazer novas tecnologias para a educação.
Qual a sua opinião sobre terceira idade, cancha de laço, centro de cultura e investimentos em turismo?
O centro de cultura é importante porque a cultura é fundamental em qualquer lugar do mundo. Na terceira idade vamos continuar com o que já vem sendo feito, como atividades ao ar livre, ginástica e hidroginástica. Também vamos criar um espaço que será como uma creche para os idosos ficarem durante o dia enquanto os filhos trabalham. Lá serão oferecidos alimentação, atividades de recreação e cuidados com a saúde. O turismo é um nicho que está aberto, mas que está sendo mal administrado. Para atrair novos visitantes será preciso trazer novos hotéis. A gastronomia é muito boa e precisa ser supervalorizada. Em relação à cancha de laço, temos que nos reunir com os gaúchos para ver o que é viável.
O maior desafio ao assumir a Prefeitura será tomar conhecimento da real situação da cidade e ver o que podemos melhorar. Só quem está lá e tem os dados reais para poder dizer alguma coisa. Vamos avaliar onde podemos fazer cortes para sobrar dinheiro para investirmos. Percebemos que alguns vêm prometendo muito, mas daí frustram o povo por falsas promessas. Primeiro tem que ver se é viável. Precisamos pensar em uma gestão de quatro anos.
HABITAÇÃO
Temos que construir casas mais em conta para o povo porque esse projeto das moradias que está em andamento não contempla as famílias que mais precisam dele. O projeto não está mal elaborado, mas ele está em desacordo com a realidade do povo trabalhador de Dois Irmãos, que não tem condições de pagar esses valores. Por isso, nossa gestão vai estudar tecnicamente novos projetos de moradias populares em Dois Irmãos e ver sua viabilidade. Acreditamos que é possível fazer parcerias e, assim conseguir desenvolver um projeto habitacional mais acessível para contemplar as famílias.
TURISMO
Vamos trabalhar para trazer mais atrações culturais para Dois Irmãos. Precisamos promover shows com preço acessível. Organizar festivais que tragam gente de fora e incentivar as outras culturas que temos, além da alemã. Mesmo que em menor proporção temos povos japoneses, italianos e que também têm muito a mostrar. Os festivais possibilitam contato entre eles e divulgam Dois Irmãos para o mundo. Também vamos criar a Rota do Mel, para incentivar o pequeno produtor e atrair turistas. Incentivar outros esportes, como o ciclismo, basquete, skate para unir ao turismo e qualidade de vida.
SAÚDE
Somos a favor de um Postão mais avançado, com especialidades, equipamentos melhores de raio-x e mamografia. Somos contra ter tantos postos nos bairros porque o custo-benefício não compensa. Para reduzir as demoras nas consultas com especialistas, acreditamos que é preciso fazer mais convênios ou parcerias com hospitais. Hoje já vem sendo feito um bom trabalho, mas acreditamos que pode ser melhorado. Queremos acabar com as filas físicas, fazendo a marcação de consultas e exames de modo online. Também trazer mais especialidades para não transportar tantos pacientes para fora.
MOBILIDADE
Somos a favor das rotatórias, mas acreditamos que é preciso melhorá-las. Tem que conscientizar a população para que não aconteçam acidentes. Trabalhar isso nas escolas. A zona azul não tem viabilidade e por isso somos contrários. Para melhorar os estacionamentos é preciso reavaliar o todo. Também não tem condições de deixar as ruas de sentido único porque tranca mais. Aí teria que fazer voltas longas porque as quadras são grandes. Conscientizar as pessoas do comércio a usarem o seu estacionamento próprio e incentivar o uso de bicicletas ou transporte coletivo em mais bairros.
KERB
O Kerb precisa ser revisto, mas tem que ser feito por etapas e a primeira é que o evento não pode ser aberto para todos. Hoje vem ônibus cheio de cerveja de outros municípios. Existe pouca gente que ganha e muitos que perdem. Depois que termina ninguém vai nos muros das pessoas fazer limpeza. Tem a questão de que está perto do hospital. Temos que valorizar mais a cultura alemã, que está sendo prejudicada. Os jovens precisam desse evento. Falar contra o kerb não é dar um tiro no pé, mas sim na própria cabeça. Todas essas mudanças têm que ser feitas em conjunto com a comunidade.