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Alerta para o golpe da “entrega do cartão” em Dois Irmãos

28/09/2021 - 13h14min

Atualizada em 28/09/2021 - 14h53min

Delegado Borba orienta que jamais se pode informar qualquer dado pessoal por telefone e tampouco entregar cartões para quem quer que seja (FOTO: Cleiton Zimer)

Por Cleiton Zimer

Dois Irmãos – Na segunda-feira, 27, ao menos três pessoas procuraram a Delegacia de Polícia Civil relatando que foram alvos do golpe da “entrega do cartão”. Duas delas tiveram prejuízos financeiros. O delegado Felipe Borba alerta a comunidade para que se tenha atenção, jamais entregando seus cartões bancários para quem quer que seja e, tampouco, informe dados pessoais por telefone. A suspeita é que o bando ainda esteja agindo por Dois Irmãos.

Os crimes ocorreram nos bairros Primavera, Bela Vista e São João, sempre atentando contra pessoas idosas com mais de 60 anos. O formato do golpe é o do já conhecido mas, desta vez, possui um diferencial: os estelionatários afirmaram que um policial civil ou federal iria até as residências para pegar o cartão.

Ligam alegando suposta clonagem

De acordo com os relatos das vítimas, receberam uma ligação na qual alguém se passava por um funcionário do banco onde possuem conta. Esse sujeito lhes questionou se tinha efetuado alguma compra em outro estado; imediatamente responderam que não. Do outro lado da linha o criminoso diz que se a compra não foi efetuada pela vítima, o cartão teria sido clonado.

Para resolver o suposto problema falaram que já tomaram providências, registrando uma ocorrência e que, posteriormente, uma pessoa da polícia civil ou policial federal iria ao local para recolher o cartão.

Na tentativa de passar alguma credibilidade à manipulação, chegaram a mandar uma foto de uma CNH afirmando que aquela pessoa viriam pegar o cartão. Entretanto a imagem não está nítida e não é possível identificar quem seja.

Ação rápida

Um casal de idosos desconfiou; acionaram a Brigada Militar que teria ficado nas proximidades e, possivelmente por causa disso, os criminosos nem chegaram à ir na residência deles. Já outros dois forneceram dados por telefone e, posteriormente, entregaram o cartão a um homem que veio retirá-lo.

Uma das vítimas teve prejuízo de R$ 250 até conseguir bloquear o cartão. Uma outra vítima – que possivelmente teve o maior dano -, ainda não sabe em quanto foi lesada pois só teve tempo de bloquear o cartão e ainda não havia confirmado com o banco quanto lhe foi tirado da conta.

Possibilidade de mais vítimas

De acordo com o delegado Borba imagina-se que mais pessoas possam ter sido vitimadas. “O estilo desses criminosos é vir para uma cidade e tentar o máximo possível”.

Com as informações fornecidas pelas vítimas, a polícia suspeita que há uma Fiorino branca e um HB20 branco envolvido nas ações.

Orientação às pessoas idosas

As vítimas são escolhidas a dedo sendo o critério mais importante a idade, como nestes três casos que ocorreram na segunda-feira. Todas estavam sozinhas quando receberam a ligação. “É importante que familiares mais jovens tratem do assunto, alertando que existe um golpe, para que nunca revelem os dados do cartão por telefone e jamais entreguem-no para ninguém”.

O delegado ressalta que os criminosos são especialistas no que fazem e passam sensação de total credibilidade por telefone. “A gente lamenta muito, a pessoa as vezes pode perder a economia de uma vida por causa de um descuido”.

“A gente lamenta muito, a pessoa as vezes pode perder a economia de uma vida por causa de um descuido”

Borba reforça que nunca a Polícia Civil, Federal, qualquer outra pessoa e nem sequer do próprio banco pedirá informações pessoais e muito menos recolher cartões.

Já na ligação a maioria das pessoas revela, a título de confirmação de dados, o nome, número do cartão, código de segurança e senha. A partir dali eles já começam a fazer compras pela internet e, após, com o recolhimento conseguem efetuar saques”, explica.

Ajude a polícia com denúncias

O Delegado Borba solicita que qualquer informação seja levada à polícia, na DP ou pelos telefones: whats 51 98543-7318 e fone 3564-1190. “Por mais que a pessoa ache que não é relevante, as vezes pode nos ajudar muito, com a característica do veículo, da pessoa”.

Borba destaca que os detalhes são muito importantes para que se busque uma responsabilização dos indivíduos, o que é muito difícil de ser feito. “A gente sabe que existem quadrilhas que são de outros estados. Por exemplo, eles vêm de São Paulo, contratam um Uber em Porto Alegre e oferecem uma quantia para dar uma volta em Dois Irmãos ou outra cidade. As vezes o Uber tem ciência ou desconfia, mas muitas vezes ele já faz parte da quadrilha e está há disposição. Depois a gente pode até descobrir o veículo, mas ele pode alegar que só foi contratado para fazer as corridas”.

A recuperação do valor é praticamente impossível. A própria vítima é quem detém a condição de evitar uma perda significativa, cancelando o cartão imediatamente e, posteriormente, registrando uma ocorrência na Delegacia mais próxima.

Muitos se questionam quanto à forma que os criminosos encontram para ter acesso aos dados das pessoas. De acordo com Borba, eles fazem uso de bancos de dados de fácil acesso que contém as informações.

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