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“Anjos em minha vida”, descreveu vítima atendida pelo Mulheres Protegidas em Estância Velha
Estância Velha – Lançado no início de março, o Programa Mulheres Protegidas está perto de completar dois meses de atuação em Estância Velha e, dentre os dias 22 do mês de lançamento e 30 de abril, realizou 65 atendimentos, conforme divulgado pelo secretário de Administração e Segurança, José Dresch.
Dresch destaca que o programa era uma prioridade para a atual administração, e apesar de ser triste ter de encarar realidades como as atendidas pela Guarda Municipal, que é responsável pelo trabalho do Grupamento Protetivo das Mulheres (GPM), desde a implantação do Mulheres Protegidas houve uma redução de 38,5% nas ocorrências de Maria da Penha na cidade.
O secretário destacou que o Programa visa proteger, de fato, as vítimas, e devolver a cada uma delas a oportunidade de sonhar e viver uma vida digna, junto aos filhos. Para tanto, os atendimentos não se resumem às ocorrências, mas também ao monitoramento e visita pós violência, além de assistência psicológica, jurídica e com o transporte, assim como abrigo, quando necessário.
“É um trabalho delicado, pois encontramos mulheres extremamente fragilizadas, a maioria com seus filhos sofrendo junto. Mas estamos nos dedicando para mudar essa realidade, e agora contamos também com um número de WhatsApp para facilitar o acesso às vítimas”, contou Dresch. O contato divulgado é: (51) 98915-2137.
Anjos em minha vida
A reportagem do Diário entrevistou uma das vítimas atendidas pelo Mulheres Protegidas e, por questão de segurança, optou por não divulgar sua verdadeira identidade, mas sim um nome fictício que será “Bianca”.
Ainda bastante abalada pela violência que sofreu, “Bianca” disse que os agentes da Guarda Municipal foram anjos na vida dela e dos três filhos. Segundo ela, foram oito anos de agressões, muitas durante a gestação dos dois filhos gêmeos, e na última ela pensou que iria morrer apanhando do companheiro.
A jovem, de 25 anos, disse que por um momento pensou que não teria mais a quem recorrer, não conseguia mais confiar, pois as ocorrências foram muitas e nada mudou.
Quando a Guarda Municipal lhe atendeu, por meio do Mulheres Protegidas, ela disse que conseguiu ter esperança na vida. Foi acolhida no abrigo do Programa, onde ficou um dia, e acompanhada para outro endereço onde ela se organiza para recomeçar uma nova história com os filhos.
“Estou lutando, pois um dos meus filhos, que ainda é bebê, apresentou muitos problemas. Não desejo a ninguém o que passei com meus pequenos. Nós somos mulheres, com dons incríveis, não deveríamos sofrer feito animais. Mas graças a Deus acabou, o atendimento do Mulheres Protegidas foi nota mil, e mostrou que Deus está conosco”, destacou “Bianca”.