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Artista de Morro Reuter cria mosaico pelos 120 anos do Butantan
Por Fábio Radke
Morro Reuter – O trabalho da artista plástica Cláudia Sperb ganhou um espaço especial dentro da celebração dos 120 anos do Instituto Butantan, em São Paulo. Um mosaico produzido com peças de azulejo cerâmico, com dimensões de 3×1 metros quadrados, ilustra agora desenhos de vírus e bactérias no painel de entrada para o Museu Microbiológico. Atualmente, o instituto vem ganhando os noticiários pelo empenho em produzir uma das vacinas de combate ao coronavírus. “O instituto para mim sempre foi importante. Lembro da primeira vez que fui. Eu tinha 16 anos e fiquei impressionada com tudo. O lugar é lindo. Eles gostam da ideia que a arte complementa a ciência e o contrário também procede”, afirma.
O Butantan, que também chama a atenção pela sua coleção de cobras e outros animais peçonhentos presentes para produção de soros antiofídicos, já recebeu a doação de outros trabalhos da artista. Claudia possui em comum com o espaço, a paixão pela figura da serpente. O animal, que causa repulsa na maioria das pessoas, aguça o lado criativo da artista. Toda essa criatividade aparece nos trabalhos dela que surgem no ateliê às margens da RS-873, em Morro Reuter, no parque de mosaicos Caminho das Serpentes Encantadas. “Sobre as serpentes tenho muitas inspirações. Minha vó fala que eram elas que ‘arrotavam’ as flores”, lembra.
O desenho do mosaico começou a ganhar forma através do biólogo Henrique Canter, pesquisador do Butantan, em conjunto com Cláudia. O presidente da Fundação Butantan, Rui Curi, promoveu a inauguração na última quarta-feira. A artista não participou do ato em razão da pandemia. Ela explica que foram quatro meses de trabalho até a conclusão, entre o processo de feitura, transporte e a instalação. A relação de amizade entre Claudia e o membros do instituto nasceu no período de três anos em que viveu na capital paulista.
Outras obras no Butantan
Apaixonada por xilogravuras, Claudia realizou sua primeira exposição de trabalhos a partir dessa técnica no ano de 1996. Não por acaso recebeu o nome “Serpentes” e aconteceu no mesmo Museu Histórico, no Instituto Butantan. Mais tarde, em 2004, diferentes obras da mostra Jardim das Serpentes, passaram a fazer parte do acervo de artes do instituto. Quatro anos depois, o mesmo aconteceu com uma peça produzida em Morro Reuter, a partir de quase 3 toneladas de cerâmicas, que também hoje está nas dependências da instituição. Ainda com inspiração semelhante, a exposição de xilogravuras mais recente da artista aconteceu em 2018, com a denominação de “Serpentes e suas mudas”. Claudia explica o que é a técnica de xilogravuras. “É uma técnica inventada no século IX usada para fazer cópia em cima de uma matriz de madeira”, finaliza.